Amigo de Vini Jr sofre racismo em amistoso Brasil x Guiné: o vexame da CBF na Espanha

Atualizado em 17 de junho de 2023 às 18:11
Felipe Silva acusa segurança de racismo (Foto: Reprodução/Globo)

Neste sábado, 17, a Seleção Brasileira fez seu segundo amistoso depois da Copa do Mundo do Catar contra a Guiné. O resultado pouco importou, ainda mais pensando que a CBF segue esperando por Carlo Ancelotti, um técnico que inclusive pode não assumir, atrasando a preparação da equipe e afetando o início das Eliminatórias para o Mundial de 2026.

O mote do jogo, inclusive colocado pela confederação, que era uma suposta “luta contra o racismo”, se mostrou um verdadeiro vexame.

A começar pela mercantilização da coisa e o local da partida. Menos de um mês após as ofensas racistas contra Vinícius Jr., em partida do Campeonato Espanhol do Real Madrid contra o Valencia, a CBF escolheu a Espanha para sediar a partida, no estádio do Espanyol, o segundo clube mais popular de Barcelona.

A partida pouco foi assunto na mídia especializada do país, que está com sua seleção na final da Liga das Nações da UEFA, neste domingo contra a Croácia. Então basicamente o público era formado por brasileiros residentes no país, além de imigrantes guineanos.

A camisa preta que a equipe brasileira utilizou no primeiro tempo da partida é “oportunidade de mercado”. A camisa nada mais é que o uniforme que os goleiros da Seleção usam nas partidas, mas foi colocada como se fosse um símbolo antirracista. Não o é.

E, nisso, entra as práticas durante o evento. Já dentro do RCDE Stadium, o assessor e amigo pessoal de Vinicius Jr, Felipe Silva, sofreu um nojento ato de racismo de um segurança do estádio, que na hora da revista ofereceu uma banana ao brasileiro falando “mãos para cima, essa é minha pistola para você”, diretamente para Felipe.

O que a CBF não entendeu ainda é que a luta contra o racismo não é um evento midiático. No ano que vem, a Seleção disputará um amistoso em território espanhol contra a seleção local. Alguém espera que alguma coisa realmente mude?

Esse amistoso sem técnico contra uma Seleção pouco relevante até no cenário de seu continente já era desnecessário. A escolha do local, a camisa utilizada e o que aconteceu de fato durante o evento só potencializa o (mais um) vexame da CBF, uma entidade que decididamente não entende a função social da seleção que cuida.