“Fim será como o de Marielle”: Deputada ameaçada de morte perde escolta

Atualizado em 16 de março de 2022 às 13:07
Andréia de Jesus em discurso
Andréia de Jesus/ Foto: Reprodução

No último dia 3, a Polícia Militar de Minas Gerais (PMMG) e a Polícia Legislativa enviaram um comunicado unilateral à deputada Andréia de Jesus (PSOL), afirmando a suspensão de sua escolta policial a partir desta sexta-feira, 18 de março.

Andréia foi vítima de uma série de ameaças à sua vida quando, em novembro do ano passado, cobrou uma investigação rigorosa acerca das 26 mortes durante uma operação policial contra o chamado novo cangaço, em Varginha (MG). “Seu fim será como o de Marielle Franco”, ameaçou anonimamente um criminoso no final do ano passado. Hoje, a PMMG alega que ela não corre mais risco de vida

“Até hoje eu lido com a violência política em todos os momentos. Para ter uma ideia, na semana passada me vi diante de capangas de empresários, enquanto atuava nas comunidades quilombolas no Norte de Minas, que de forma extremamente agressiva me ofenderam e tentaram impedir minhas atividades. Se eu não estivesse escoltada, minha integridade física estaria ainda mais ameaçada” relatou a parlamentar em contrariedade à resolução.

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Andréia de Jesus sem explicações

A deputada critica a conclusão de que ela não estaria mais “correndo risco” e afirma que não há no documento qualquer dado que justifique a retirada da escolta . Segundo ela, o documento não apresenta qualquer dado que justifique a retirada da escolta além da mera constatação, sem embasamento, de que a deputada estaria na menor faixa de risco. Pelo contrário, o próprio relatório deixa claro que os autores das ameaças contra a vida da deputada ou não foram encontrados pelo setor de inteligência da PMMG ou não foram sequer identificados.

Ainda segundo Andréia de Jesus, o documentou chega exatamente no momento em que parte significativa dos suspeitos de crimes de ódio contra ela foram identificados pela Polícia Civil e serão chamados a depor.

Essa resolução, vem no mesmo mês em que o assassinato de Marielle Franco, a qual pertencia ao mesmo partido de Andréia, completa 4 anos, e sem resolução.

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