Caso Marielle: 04 anos após crime, MP dá novo passo em busca de mandante

Ministério Público avalia também novas informações enviadas pelo Google e aguarda dados do Facebook

Atualizado em 13 de março de 2022 às 16:29
Marielle Franco
Marielle Franco. Foto: Agência Brasil

O Ministério Público do Rio (MP-RJ) vai ouvir novos depoimentos e reexamina, com mais tecnologia, os celulares aprendidos nas apurações do caso Marielle Franco. Isso ocorre com quatro anos do crime. Objetivo é chegar ao mandante ou mandantes do duplo homicídio, ainda investigado como crime político.

Em oitivas, são interrogadas pessoas da família e outras que trabalhavam com a vereadora. O policial militar reformado Ronnie Lessa e o ex-PM Élcio de Queiroz estão presos há três anos, acusados de serem os executores do crime. O julgamento ainda não foi marcado.

Coordenador do Grupo de Atuação Especial no Combate ao Crime Organizado (Gaeco/MP-RJ), Bruno Gangoni, disse que os celulares são analisados com tecnologia de recuperação de mensagens. De acordo com Gangoni, a hipótese de crime político só será confirmada quando o mandante for preso. Até agora, não há indicio da participação de milícias no duplo homicídio.

Ministério Público (MP) avalia também novas informações enviadas pelo Google e aguarda dados do Facebook. O MP quer saber quem acessou a página de Marielle para consultar sua agenda. Postada na semana do crime, ela trazia detalhes sobre a palestra na Casa das Pretas. Após sair do evento, o carro em que iam Marielle e Anderson foi emboscado.

Num evento na manhã deste sábado (12), o governador do Rio, Cláudio Castro (PL), disse que tem cobrado as autoridades policiais sobre o caso. “A Polícia continua investigando. Não me meto em investigação, eu cobro resultado”, afirmou, ao RJTV, da TV Globo.

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Caso Marielle: dificuldade na investigação

Essa dificuldade para identificar os mandantes torna cada vez maior o risco para a atuação de mulheres na política, sobretudo as negras, afirmou a deputada estadual Renata Souza (PSOL) à CartaCapital.

Para ela, a morte da vereadora foi um “feminicídio político”. Renata circula com seguranças. O mesmo ocorre com outras parlamentares negras que receberam ameaças de morte.

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