O X (ex-Twitter) tenta se eximir de responsabilidade pelo uso de uma ferramenta para transmissões ao vivo usada por contas bloqueadas pela Justiça e enviou um ofício ao ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), dizendo que esses perfis recorreram a uma “manobra” para se comunicar por meio da plataforma.
A manifestação da empresa foi enviada ao Supremo após um pedido de explicações de Moraes, que solicitou explicações sobre um relatório da Polícia Federal que identificou que o X autorizou transmissão ao vivo de perfis de pessoas investigadas, como os do blogueiro bolsonarista Allan dos Santos e do senador Marcos do Val (Podemos-ES).
Segundo o documento da PF, essas transmissões aconteciam por meio de links colocados logo abaixo da descrição dos perfis bloqueados. “Por fim, identificou-se também que o recurso ‘Espaços’ (Spaces) está sendo utilizado para permitir que usuários brasileiros da plataforma X possam interagir com pessoas que tiveram seus perfis bloqueados por decisão judicial”, diz o relatório.
O X afirmou ao Supremo que os investigados “não utilizaram a funcionalidade ‘Spaces” por meio de suas próprias contas”, mas através de outros usuários da plataforma.
“Esses outros usuários –que não são objeto desta investigação e que não possuem medidas restritivas aplicadas em suas contas– convidaram os usuários bloqueados para participar, mascarando as suas atividades e permitindo que continuassem operando apesar das restrições impostas”, alega a empresa.
A plataforma ainda alega que essa “manobra” usada pelos usuários bloqueados não prova que “houve autorização ou permissão das Operadoras do X para o uso da funcionalidade”.