O presidente da Câmara, Rodrigo Maia, articula um candidato do Centrão — com tudo o que isso representa — para disputar as eleições em 2022.
“Eu acho melhor nome do centro é a unificação do centro”, disse.
“Esse é o melhor nome. Se ninguém tiver capacidade de unificar o centro, significa que o centro estará fora do segundo turno”, acrescentou.
“Isso serve para o Doria, para o Luciano Huck, para o Ciro Gomes, serve para todos que estão nesse campo aqui de centro-esquerda até centro-direita, no meu ponto de vista”, falou ainda.
“Se não unificar isso aqui, vai dar certamente Bolsonaro de um lado e o candidato do Lula do outro”, disse ele, na Globonews.
Maia está querendo construir uma candidatura parecida com o que foi Michel Temer, o grande beneficiário do golpe de 2016.
Não vai conseguir, porque candidaturas assim não nascem do voto popular, não empolgam, não têm base política, não representam nada, apenas o interesse de corporações.
Eles podem até ter Huck como candidato a presidente e Ciro como vice. Seria o dream team do Centrão. Mesmo assim, não iria para o segundo turno.
Além disso, há um problema. É que, como toda organização que viola a lei — no caso, a Constituição —, há um momento em que a disputa pela liderança se torna uma briga de morte.
Ou a Constituição não foi violada para empoderar Temer? Impeachment sem crime de responsabilidade é golpe.
Doria abriria mão de seu projeto ambicioso para apoiar Luciano Huck? Ou Huck aceitaria ser candidato a vice?
Ciro Gomes também deixaria de ser candidato?
Muito difícil.
O mais provável é que o Centrão de Rodrigo Maia viabilize a candidatura dele, juntamente com a de Ciro, com este na cabeça de chapa.
O esboço já será feito este ano, com a aliança dos dois em cidades do Nordeste.
Em 2022, terá um desempenho eleitoral maior do que o de Henrique Meirelles, o último que se aventurou por esse caminho.
Mas insuficiente para chegar ao segundo turno.
Rodrigo Maia é quadro da direita brasileira, à qual entregou as aposentadorias dos brasileiros mais pobres.
Continuará servindo de escada para Jair Bolsonaro, o plano B da elite voraz.
O projeto de Rodrigo Maia tem um único objetivo: derrotar uma candidatura que defenda o verdadeiro interesse nacional, por óbvio com inclusão dos mais pobres.
Um projeto em que o Brasil como um todo ganha. Mas as corporações querem tudo para elas.
O que ele pretende é isolar Lula e esse projeto. Não vai conseguir. Mas ajudará Bolsonaro na tentativa de se reeleger.
É a natureza do Centrão, desde a Constituinte, entre 1987 e 1988: garantir que os muito ricos continuem mais ricos ainda. E os pobres, mais pobres ainda.
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