“Apagão decisório”: WhatsApp da cúpula da segurança de Brasília revela omissão no 8/1

Atualizado em 8 de janeiro de 2024 às 8:24
Bolsonaristas invadem as sedes dos Três Poderes, em Brasília – Foto: Reprodução

Nos diálogos do grupo de WhatsApp dos líderes das forças de segurança do Distrito Federal, sinais alarmantes antecipavam os acontecimentos do dia 8 de Janeiro, quando bolsonaristas invadiram as sedes dos Três Poderes em Brasília.

A cúpula do governo local, incluindo membros próximos do então secretário de segurança, Anderson Torres, estava ciente dos planos dos extremistas de alcançar a Esplanada para uma possível “tomada do poder”, segundo informações do Estadão.

Apesar das evidências que normalmente teriam levado à pronta intervenção em outras manifestações, as autoridades locais não adotaram medidas proporcionais à tentativa de golpe que se delineava. Em vez disso, permitiram a escolta de uma multidão até o Congresso.

Os registros das trocas de mensagens no grupo de WhatsApp “Perímetros Segurança” revelam omissões, avaliações equivocadas de riscos e uma paralisia decisória quando a violência começou. Os principais líderes do grupo, no entanto, se esquivam de responsabilidades, mas reconhecem falhas no planejamento ou na execução do plano traçado previamente.

Vale destacar também que uma investigação em curso no Supremo Tribunal Federal (STF) busca esclarecer a responsabilidade dos membros das forças de segurança de Brasília e também de integrantes das Forças Armadas.

Policiais do Choque durante atos terroristas em Brasília. Foto: WILTON JUNIOR/ESTADÃO

Embora houvesse outros grupos de conversa entre integrantes das forças de segurança, uma reunião no dia 6 definiu que o “Perímetros” seria o canal prioritário para troca de informações, tanto para monitoramento de manifestantes quanto para acionar equipes.

Essa decisão foi comunicada pela coronel Cíntia de Castro, subsecretária de Operações Integradas da Secretaria de Segurança Pública do DF (SSP-DF).

Neste grupo estavam também o delegado Fernando de Sousa Oliveira, secretário-executivo da SSP-DF, e a delegada Marília Alencar, chefe da seção de Inteligência da secretaria. O trio estava sob a supervisão de Anderson Torres, que, apesar dos alertas sobre possíveis distúrbios na capital, viajou aos Estados Unidos no dia 6.

Outros participantes incluíam o comandante da PM, coronel Fábio Augusto Vieira, o comandante do policiamento de trânsito, coronel Edvã de Oliveira Sousa, e o comandante do 1º Comando de Policiamento Regional (CPR), coronel Marcelo Casimiro Rodrigues, responsável pelo policiamento na região central de Brasília e pela distribuição do efetivo na área.

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