O Governo Bolsonaro não tem dado vida fácil para os delegados da Polícia Federal. Além de exonerações e mudanças no comando da PF, há muita pressão para que certos casos não caminhem de forma natural. E também tem investigações de “interesses eleitorais”.
A reportagem do DCM conversou com alguns profissionais da PF que pediram para não serem identificados. Eles estão com medo de sofrerem represálias. “O clima é de apavoro. A liberdade que tínhamos para investigar anos atrás acabou. É um aparelhamento que estão fazendo”, falou um dos delegados.
O governo Bolsonaro já puniu 18 delegados da Polícia Federal em retaliação. Silvia Amélia foi a 18ª punida por fazer seu trabalho. Então chefe da Diretoria de Recuperação de Ativos e Cooperação Jurídica Internacional (DRCI), ela foi responsável por formalizar o pedido de extradição de Allan dos Santos aos Estados Unidos. Foi removida da função.
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Medo total na Polícia Federal
Além de investigações serem interrompidas, principalmente aquelas que envolvem familiares do presidente, também têm “criações” de inquéritos. Os maiores alvos são adversários políticos, como Lula. Já existem conversas nos corredores que Sergio Moro se torne alvo.
“Se fazem isso com um adversário, porque não farão com o outro? Todo mundo tá esperando isso”, comentou outro delegado. O caso que mais revoltou a PF foi o retorno do episódio Adélio Bispo.
“Era algo que todos achavam que tinha passado. Por que voltar com isso agora? Todos sabem o motivo, mas ninguém pode falar para não perder o emprego”, explicou outro profissional da polícia.
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