Apenas 4 deputados puxaram outros candidatos para a Câmara com seus votos; Boulos foi um deles

Atualizado em 9 de outubro de 2022 às 13:40
Guilherme Boulos. Foto: Reprodução/Facebook

O grupo de candidatos a deputado federal chamados de “puxadores de voto” caiu 78% nestas eleições, comparado a 2018. Apenas quatro conseguiram apoio suficiente para se eleger e conseguir puxar colegas de partido menos votados para a Câmara. Há quatro anos, foram 18.

O vereador de Belo Horizonte Nikolas Ferreira (PL) teve 1.492.047 votos, o maior número do país, suficiente para reservar mais seis cadeiras para o PL. Isso possibilitou, por exemplo, que o ex-ministro do Turismo Marcelo Álvaro Antônio (PL) conseguisse a última vaga de deputado federal por Minas, apesar de ter tido somente 31.025 votos.

Depois de Nikolas, os outros três puxadores de voto deste ano foram de São Paulo: Guilherme Boulos (PSOL), com 1.001.472 (que puxou mais 2 candidatos do partido), Carla Zambelli (PL), com 946.244 (também dois) e Eduardo Bolsonaro (PL), com 741.701 (que puxou mais um).

Em 2018 os puxadores de voto conseguiram 42 vagas a mais para a Câmara. Neste ano foram somente 11.

Desde 2020, os partidos não podem mais se juntar para formar coligações nas eleições proporcionais. Essa foi uma das mudanças nas regras eleitorais determinadas pela Emenda Constitucional 97, promulgada pelo Congresso no ano passado.

No caso de coligação, todos os votos dirigidos aos partidos integrantes nas votações para deputados federais e estaduais serão considerados votos da coligação. Com isso, as listas são compostas por partidos, individualmente, ou por federações partidárias. 

Houve também uma mudança na legislação aprovada pelo Congresso em 2015, que pretende diminuir gradualmente a distorção provocada pelos puxadores. Agora, há uma cláusula de desempenho para deputado, que exigirá do candidato um número mínimo de votos nominais. Com essa nova regra, os candidatos precisam ter pelo menos 10% do quociente eleitoral para serem eleitos. 

Alguns exemplos de puxadores de votos que saíram da lista são a deputada Joice Hasselmann (PSDB-SP), que em 2018 se elegeu com 1 milhão de votos, e o ator Tirica, que em 2010 foi eleito com mais de 1 milhão de votos. Em 2022, porém, Joice se afastou do bolsonarismo durante o mandato e tentou se reeleger, mas despencou para pouco mais de 13 mil votos e não conseguiu renovar o mandato.

Já Tiririca foi eleito, devido aos os votos excedentes de Eduardo Bolsonaro. O ator teve neste ano 71.754 votos.

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