Após “confissão”, defesa de Bolsonaro nega conhecimento de minuta golpista: “Confusão”

Atualizado em 26 de fevereiro de 2024 às 18:09
Jair Bolsonaro, ex-presidente do Brasil. Foto: reprodução

Após o discurso de Jair Bolsonaro (PL) na Avenida Paulista, em São Paulo, onde se referiu a uma suposta minuta do golpe, fontes da sua defesa argumentam que há uma “confusão na linha do tempo” e que o ex-presidente não confessou ter conhecimento do documento durante seu governo.

Segundo informações obtidas pela CNN, a Polícia Federal planeja incluir trechos do discurso de Bolsonaro sobre a minuta do golpe no inquérito em andamento. Para os investigadores, as declarações do ex-presidente indicam que ele tinha ciência do documento.

“Agora, o golpe é porque tem uma minuta de um decreto de estado de defesa. Golpe usando a Constituição? Tenha a santa paciência”, afirmou Bolsonaro durante o evento de domingo. No entanto, ele se recusou a prestar depoimento à PF alegando falta de acesso ao inquérito completo na quinta-feira (22).

“Deixo claro que o estado de sítio começa com o presidente da República convocando os conselhos da República e da Defesa. Isso foi feito? Não. Apesar de o estado de sítio não ser considerado golpe, ninguém dos conselhos da República e da Defesa foi convocado para tramar ou colocar no papel a proposta do decreto do estado de sítio”, disse o ex-presidente, em discurso que foi entendido como prova contra ele pela PF.

Segundo a CNN Brasil, fontes ligadas à defesa de Bolsonaro afirmam que ele só teve acesso às minutas após seu governo. Um print da suposta minuta, divulgado pela imprensa, teria sido enviado por WhatsApp a Bolsonaro por seus advogados, encontrando-se em seu escritório durante a Operação Tempus Veritatis.

“Todo esse material é posterior ao governo de Bolsonaro”, declarou uma fonte da defesa, que preferiu não se pronunciar oficialmente sobre o assunto.

Durante o evento na Paulista, Bolsonaro enfatizou que não deu seguimento às medidas previstas na minuta: “Deixo claro que o estado de sítio começa com o presidente da República convocando os conselhos da República e da defesa. Isso foi feito? Não”, ressaltou.

Nos bastidores, aliados políticos de Bolsonaro defendem a ideia de que o ex-presidente pode ter recebido sugestões de minutas de estado de sítio, mas não as implementou.

Além da minuta atribuída a Anderson Torres, o ex-ajudante de ordens Mauro Cid afirmou, em delação, que Bolsonaro recebeu outra minuta, esta de autoria de Felipe Martins, também assessor do ex-presidente. Martins nega a existência desse documento, que não foi encontrado.

Siga nossa nova conta no X, clique neste link
Participe do nosso grupo no WhatsApp, clicando neste link
Entre em nosso canal no Telegram, clique neste link