Após críticas e desencontros, Lula e Zelensky reúnem-se pela primeira vez em Nova York

Atualizado em 20 de setembro de 2023 às 18:19
Presidente Lula e Zelensky. Foto: reprodução

Após meses de um debate público sobre a guerra entre Rússia e Ucrânia, os presidentes Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e Volodymyr Zelensky finalmente se reuniram em Nova York (EUA) durante a Assembleia-Geral das Nações Unidas (ONU), nesta quarta-feira (20).

Lula aproveitou sua participação na ONU para realizar uma série de audiências com líderes globais, incluindo o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, e, finalmente, o ucraniano. Havia muita expectativa por essa reunião.

Desde o início do governo em janeiro de 2023, o brasileiro tem sido criticado por países ocidentais devido a uma posição considerada leniente com a invasão militar russa na Ucrânia.

Por incompatibilidade de agendas, esse encontro deixou de ocorrer durante a cúpula dos líderes do G7, ocorrida em Hiroshima em no último mês de maio.

Entre as divergências estão a criação de um grupo de países neutros para negociar um acordo de paz entre Rússia e Ucrânia, uma proposta de Lula que ainda não foi aceita, além da recusa do Brasil em fornecer armas à Ucrânia, diferentemente dos EUA e da União Europeia.

O presidente brasileiro também insinuou que a Ucrânia poderia “abrir mão” da Crimeia, enquanto Zelensky reafirmou a importância da região.

Na véspera da reunião, os líderes abordaram a guerra em seus discursos na Assembleia-Geral. Lula optou por não criticar diretamente a Rússia. “A guerra da Ucrânia escancara nossa incapacidade coletiva de fazer prevalecer os propósitos e princípios da Carta da ONU”, disse Lula.

Já Zelensky disse que é preciso se “unir para derrotar o agressor”. Contrariando o líder brasileiro, ele afirmou que a proposta de paz da Ucrânia prevê a manutenção territorial e soberania de todos os territórios do país.

Mais cedo, Lula se encontrou com Joe Biden, presidente dos Estados Unidos, e, após a reunião, escreveu que ambos compartilham “a visão de que o crescimento econômico se faz com investimentos públicos e privados e políticas que garantam bons salários, boas condições de trabalho e dignidade para quem trabalha”.

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