Após denúncia do DCM, CNBB orienta igrejas a evitar vinhos envolvidos com trabalho escravo

Atualizado em 1 de março de 2023 às 17:39
O vinho especial de missa, o canônico da Salton. (Foto: Divulgação)

A CNBB, Conferência Nacional dos Bispos do Brasil, divulgou um comunicado alertando para o consumo de vinho canônico produzido por empresas envolvidas no escândalo do trabalho análogo à escravidão em Bento Gonçalves (RS).

Segundo a entidade, a Igreja Católica não pode compactuar com “qualquer tipo de trabalho em condições que ferem o respeito pela dignidade humana”.

“Todas as denúncias devem ser investigadas nos termos da lei”, afirma a nota assinada pelo secretário-geral Dom Joel Portella Amado, bispo auxiliar da Arquidiocese do Rio de Janeiro. “A Igreja tem a responsabilidade de zelar pelo tipo de vinho utilizado nas celebrações das missas”.

É necessário que “se busquem, para a celebração da missa, vinhos de proveniência sobre as quais não existam dúvidas a respeito dos critérios éticos na sua produção”.

Matéria do DCM relatou que, no Rio Grande do Sul, estado que responde por 90% da produção brasileira de vinhos, cinco marcas fornecem para esse nicho de mercado.

A Salton, acusada no episódio, detém mais da metade desse mercado no país. Oitenta por cento do volume produzido pela é comercializado para as paróquias e os 20% restantes para outros tipos de consumidores.