Após fake news pró-Milei, jornalista do Estadão expõe nas redes salário de assessor da Secom

Atualizado em 4 de outubro de 2023 às 19:56
Andreza Matais, editora do Estadão

Andreza Matais, editora-executiva do Estadão, atacou o jornalista George Marques no X, antigo Twitter, depois que ele publicou uma nota em suas redes desmentindo o jornal sobre empréstimo de US$ 1 bilhão do Banco de Desenvolvimento da América Latina, CAF, à Argentina por suposta ordem de Lula.

George é assessor na Secretaria de Comunicação Institucional da Presidência e atualmente coordena a campanha de combate à desinformação Brasil Contra Fake.

Andreza postou o valor do salário dele, de 11.306,90, numa espécie de ameaça velada do tipo “de onde veio isso tem mais”. Ou para mostrar que o dela é mais alto. Marques é servidor público e seu salário também. Mas a maldade irresponsável é visível.

A quarta-feira foi tomado pela cascata publicada no Estadão em que uma operação absolutamente legítima foi transformada num escândalo que alimentou o esgoto bolsonarista.

A matéria foi transformada em pó de traque ao longo do dia por economistas e pela ministra Simone Tebet, que fez um desmentido. A própria Andreza escreveu uma suíte — continuação da reportagem — admitindo o seguinte: “O empréstimo-ponte do CAF não é ilegal e passou pelo crivo de 21 países-membros do banco”.

Ela prosseguia: “O que incomodou o Planalto, porém, foi a notícia da interferência do presidente para destravar a operação, criticada pelo candidato de direita à Casa Rosada, Javier Milei, nas redes sociais. Em postagem publicada no X, Milei disse que ‘comunistas furiosos’ estavam agindo contra ele em seu espaço. Era uma referência a Lula”.

Ou seja, a fonte do Estadão foi um delinquente fascista argentino que adovoga o direito de vender crianças para fazer dinheiro. Isso é “libertarianismo”.

A nota da Secom, que motivou a arremetida de Andreza sobre George, negava a ingerência de Lula: “Diferentemente do que vem sendo repercutido, o empréstimo de 1 bilhão de dólares feito pelo Banco de Desenvolvimento da América Latina e Caribe (CAF) não teve intervenção do Presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva. Também ao contrário do informado, o Chefe de Estado brasileiro não conversou sobre o empréstimo com a ministra do Planejamento e Orçamento, Simone Tebet, governadora do Brasil na CAF.”