Após o recado de Francisco a Lula, vai uma autocrítica dos “checadores”? Por Fernando Brito

Atualizado em 2 de agosto de 2018 às 19:09
Recado do papa (Foto: Reprodução)

Publicado no Tijolaço

POR FERNANDO BRITO, jornalista e editor do blog Tijolaço

Todos se lembram que, um mês e meio atrás, os pretensiosos “checadores de notícia” disseram que era “falsa” a informação de que o Papa Francisco teria enviado um terço para o ex-presidente Lula, preso na Polícia Federal.

Não era falsa e o próprio Vaticano fez uma corrigenda ao responsável pelo seu serviço de notícias em português, mas mesmo assim insistiram e nunca pediram desculpas públicas por terem levado, até, o Facebook a bloquear uma publicação do jornalista Renato Rovai.

Agora, Francisco foi além disso e enviou um manuscrito a Lula, por intermédio do ex-chanceler Celso Amorim, que o visitou ontem, aliás na folha de rosto de outro exemplar do livro que recebeu: “Lula – A verdade vencerá”.

Recebeu-o numa visita pessoal, porque o Papa tem, mais que ninguém, consciência das liturgias do cargo e o Brassil tem uma representaão diplomática que se relaciona com o Francisco que é chefe de Estado, no Vaticano.

O significado do gesto, porém, é inequívoco, evidente.

“A Luiz Inácio Lula da Silva com a minha bênção, pedindo-lhe para orar por mim, Francisco”, diz o texto, que inteligentemente registrou a recíproca do  que desejava dizer.

Aliás, Francisco maneja muito bem as entrelinhas do que comunica. A duração do encontro – uma hora – e permitir-se fotografar segurando o livro foram atitudes com significado, não acasos.

Infelizmente, a grande mídia brasileira – exceção à Folha, que registrou o encontro – preferiu jogar o fato na sombra do silêncio.

Perto dela, os guris do MBL são aprendizes de “fake news”.