Após pedido de quebra de sigilos pela PF, aliados veem Bolsonaro preso em breve

Atualizado em 12 de agosto de 2023 às 17:48
Jair Bolsonaro e Mauro Cid. Foto: Reprodução

A quebra dos sigilos bancário e fiscal de Jair Bolsonaro (PL) e Michelle Bolsonaro foi pedida pela Polícia Federal. A investigação apura venda ilegal de presentes oficiais recebidos pelo ex-presidente de autoridades de outros países. Preocupados, auxiliares mais próximos do ex-presidente já trabalham com a hipótese da sua prisão a qualquer momento.

As apurações policiais podem comprovar a acusação de que Bolsonaro é o líder de uma organização criminosa que faz o desvio de bens públicos para enriquecimento pessoal.

Aliados de Bolsonaro demonstram preocupação com sua possível prisão. Eles consideram que a decisão do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), que autorizou ações de busca e apreensão contra os aliados mais próximos do ex-presidente da República seja parte do caminho que o levará para trás das grades.

De acordo com o jornal O Globo, um interlocutor de Bolsonaro disse que “a decisão [de Alexandre de Moraes] menciona Bolsonaro do começo ao fim. É o prenúncio de uma decisão mais drástica no futuro”.

Mas a decisão mais drástica e com maior impacto em todo esse contexto seria o pedido de quebra de sigilo fiscal e bancário de Bolsonaro feito pela Polícia Federal. Alexandre de Moraes deve decidir na próxima semana sobre a quebra dos sigilos.

O cenário é de grande tensão. Há até mesmo assessores que nem discutem mais de Bolsonaro será preso ou não, mas sim quando isso irá ocorrer. Segundo o ministro Moraes, o avião presidencial foi utilizado para retirar pelo menos quatro conjuntos de joias recebidos em viagens internacionais.

Ontem, com a operação Lucas 12:2, a PF chegou pela primeira vez a um ex-integrante do Alto Comando do Exército (ACE). O nome da ação é referência ao versículo bíblico que diz que “não há nada escondido que não venha a ser descoberto, ou oculto que não venha a ser conhecido”.

Integrante do ACE, o general da reserva Mauro Cesar Lourena Cid é pai do ajudante de ordem do ex-presidente, Mauro Cid. A residência de Lourena Cida foi alvo de busca e apreensão na manhã de sexta-feira (11) pela PF.

Também pela primeira vez, o rumo das investigações da PF coloca Bolsonaro dentro do esquema criminoso de desvio de dinheiro público e enriquecimento ilícito.

O general Lourena Cid, paraquedista, fez parte da mesma turma de Bolsonaro na Academia Militar das Agulhas Negras (AMAN) em 1977 (Turma 31 de março). É o único oficial da Artilharia do Exército da Turma AMAN 1977 que chegou à 4ª estrela e ao ACE.

Mensagens obtidas pela PF e demais provas confirmam a participação de outros auxiliares do ex-presidente nas negociações de venda e recompra de joias. São eles Mauro Cid, Oscar Crivelatti e Frederick Wassef. Os valores obtidos nessas negociações, segundo relatório da PF, foram convertidos em dinheiro vivo e tiveram como destino final o patrimônio pessoal dos investigados.

No áudio obtido com a quebra de sigilo telefônico de Mauro Cid é possível saber que o militar sugere que seu pai, o general Lourena Cid, estava com US$ 25 mil em espécie que pertenceriam a Bolsonaro.

Acuado, Bolsonaro e seus filhos não vieram a público para dar explicações. Advogados do ex-presidente disse na noite de sexta-feira que a movimentação bancária dele está à disposição das autoridades. E negaram que ele tenha se apropriado ou desviados bens públicos.

Publicado na Rede Brasil Atual

Participe de nosso grupo no WhatsApp, clicando neste link
Entre em nosso canal no Telegram, clique neste link