Argentina congela câmbio, sobe juros e dólar paralelo dispara após Milei vencer prévias

Atualizado em 14 de agosto de 2023 às 13:35
Javier Milei. Foto: Luis ROBAYO / AFP

O dólar blue, conhecido como câmbio paralelo da Argentina, teve uma alta de cerca de 10%, na casa dos 670 pesos, após Javier Milei, de extrema-direita, ser o mais votado nas eleições primárias da Argentina, que ocorreram neste domingo (13). Sua vitória nas prévias causou incerteza e preocupação no mercado financeiro.

O “pré-mercado” de Wall Street, nesta segunda (14), mostrou os títulos argentinos caindo até 12%. O dólar blue havia fechado em 605 pesos na sexta e agora, na casa dos 680, ele atinge a nova mínima histórica, que chegou a 610 na quinta passada (10).

O banco central da Argentina desvalorizou o peso em quase 18% hoje e congelou a taxa de câmbio oficial em 350 pesos por dólar, elevando o valor em 22%. O câmbio deve ser fixado nessa taxa até a votação presidencial de outubro e a taxa básica de juros deve ser elevada em 21 pontos básicos, chegando em 118% ao ano, maior patamar em 20 anos.

O mercado de ações do país também teve queda com vendas de urgência após o resultado das prévias: o principal índice de ações S&P Merval .MERV caiu 3,5%, para 463.471 pontos.

As quedas no mercado são consequência das propostas econômicas de Milei, que promete adotar o dólar como moeda oficial do país e fechar o banco central argentino. Em entrevista ao jornal El Clarín, ele disse que as medidas foram feitas para quem entende de teoria monetária e não são “para burros”. “Não deixem que me culpem pelo problema do dólar”, declarou.

Ele também disse que não terá problemas nas negociações com o FMI (Fundo Monetário Internacional), já que seu programa econômico tem um “ajuste mais profundo” do que o proposto pelo órgão. O país tem um empréstimo de US$ 44 bilhões aberto e passou por dificuldades para arcar com os vencimentos.

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Caique Lima
Caique Lima, 27. Jornalista do DCM desde 2019 e amante de futebol.