Ataque do Hamas expõe fragilidade do Mossad, agência de inteligência israelense

As ações palestinas ocorreram por vias marítima, terrestre e aérea

Atualizado em 7 de outubro de 2023 às 16:43
Membros do Hamas comemoram incêndio de tanque israelense. Foto: Yasser Qudih/Reuters

O ataque surpresa do grupo palestino Hamas na manhã deste sábado (7), que bombardeou Israel com mais de 5 mil foguetes, é resultado de uma “falha colossal” do sistema de inteligência de Israel, segundo relatos da comunicação social e especialistas. As ações palestinas ocorreram por vias marítima, terrestre e aérea.

Militantes do Hamas dispararam mais de foguetes da Faixa de Gaza, segundo os militares israelenses, enquanto os combatentes do grupo palestino entraram no sul de Israel por terra, mar e ar, usando parapentes e inclusive capturaram vários soldados israelenses perto da fronteira. Pelo menos 100 pessoas morreram e mais de 600 ficaram feridas em Israel. Do lado da Faixa de Gaza, há 198 mortos e cerca de 1.600 feridos no contra-ataque de Israel, segundo relatos da mídia.

Israel sempre se orgulhou das suas agências de inteligência – o Shin Bet, a unidade interna, e especialmente a Mossad, a sua agência de espionagem externa. No entanto, milhares foguetes e dezenas de combatentes infiltraram-se na fronteira fortemente fortificada em vários locais por via aérea, terrestre e marítima, apanhando seus soldados desprevenido durante um feriado importante no país.

Apesar de Israel ser conhecido por ter um dos militares mais poderosos da região, com recursos avançados de segurança, incluindo câmeras de segurança do Mossad na fronteira, sensores de última geração e cercas sofisticadas, os ataques recentes do Hamas levaram a uma série de discussões sobre o que pode ter contribuído para esse cenário inesperado.

Logo da Agência israelense Mossad. Foto: Reprodução

Alguns especialistas argumentam que Israel estava tão focado em lidar com a ameaça representada pelo Irã e em seus esforços para conter o programa nuclear iraniano que negligenciou os potenciais desafios em seu próprio território. Uma reportagem do Jerusalem Post observou que Gaza havia sido considerada uma ameaça menor devido ao aumento das ameaças apoiadas pelo Irã em outras regiões.

O relatório também destacou eventos dos últimos anos que levaram Israel a baixar a guarda, como o Hamas em Gaza aparentemente isolado e com dificuldades para obter mais fundos, levando algumas pessoas a acreditar que representava uma ameaça ultrapassada. Além disso, Israel concordou recentemente com um cessar-fogo com o Hamas, apesar dos repetidos avisos de que isso permitiria que o grupo e outras organizações islâmicas se rearmassem. Alguns especialistas acreditam que restrições da política interna podem ter influenciado essa decisão.

O ataque a Israel também pegou muitos líderes políticos e militares israelenses de surpresa, levando à crítica da falta de prontidão e ao questionamento sobre as hierarquias de comando.

Enquanto as Forças de Defesa de Israel acreditavam que o Hamas havia sido dissuadido de realizar grandes ataques em Israel nos últimos anos, a recente escalada demonstrou que essa suposição era infundada.

Alguns especialistas atribuem parte da culpa à divisão interna em Israel, incluindo questões políticas e sociais, que podem ter afetado a capacidade do país de se preparar efetivamente para a ameaça.

A análise também destaca como o Hamas conseguiu coordenar e realizar um ataque tão complexo e massivo sem ser detectado pelo Mossad ou pelo Shin Bet, apesar dos recursos de inteligência de Israel, incluindo uma rede de informantes e capacidades avançadas de vigilância.

Participe de nosso grupo no WhatsApp, clicando neste link
Entre em nosso canal no Telegram, clique neste link