Auxílio Brasil: após eleição, fila volta a crescer e já tem 128 mil famílias

Atualizado em 11 de dezembro de 2022 às 15:04
Auxílio Brasil, substituto do Bolsa Família. Foto: Nelson Almeida/AFP

Oficialmente zerada durante a campanha eleitoral, a fila de espera para receber o benefício do Auxílio Brasil voltou a crescer terminado o pleito. No mês de Novembro, 128 mil famílias entraram na lista, o que significa que elas já tiveram seu cadastro aprovado pelo Ministério da Cidadania, responsável pelo programa, mas ainda não foram atendidas. Procurado pela Folha de S. Paulo, que revelou o fato, o Ministério da Cidadania não respondeu sobre o motivo de ainda não ter concedido o benefício.

A fila de espera do Auxílio Brasil chegou a 1,5 milhão de famílias no mês de julho, quando Bolsonaro, de olho na reeleição, se empenhou para ampliar o orçamento do benefício e conseguiu expandir o número de famílias no programa. As filas ficaram zeradas nos meses de campanha: agosto, setembro e outubro. Em outubro, inclusive, mês da campanha de segundo turno, o número de beneficiários superou os 21 milhões.

A fila atual será um problema para o início do governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT), que planeja retomar o Bolsa Família. Um investimento de R$ 175 bilhões está estimado para 2023 com o programa social. Isso inclui R$ 157 bilhões para o benefício mínimo de R$ 600 por família e R$ 18 bilhões para a promessa de campanha de conceder R$ 150 por criança de até seis anos.

Esse valor já consome todo o orçamento de R$ 157 bilhões estimado pelo PT. Ou seja, no início do governo Lula não será possível atender a todos da fila imediatamente e nem impedir que a espera cresça, de acordo com membros da equipe de transição ouvidos pela Folha.

A situação revela o caráter puramente eleitoreiro da expansão no número de atendidos e valores do benefício ou, pior, que o governo Bolsonaro poderia ter zerado a fila artificialmente, que realidade ainda existia, para as eleições.

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