Barroso cita Legião Urbana ao falar sobre ameaças de Bolsonaro: “Luzes acesas”

Atualizado em 19 de janeiro de 2024 às 12:49
O presidente do STF, Luís Roberto Barroso. (Foto: Reprodução)

Durante o Brazil Economic Forum em Zurique, na Suíça, o presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Luís Roberto Barroso, compartilhou sua abordagem em relação às ameaças percebidas durante o governo do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).

Barroso destacou que não sentiu medo, mas preferiu manter todas as luzes acesas, fazendo referência à música da Legião Urbana. Ele enfatizou seu esforço para evitar a materialização de riscos institucionais.

“Tem uma música da Legião Urbana que diz assim ‘não tenho medo de escuro, mas deixo as luzes acesas’. Eu não temi propriamente, mas acendi todas as luzes que podia acender para que isso não acontecesse”, disse Barroso.

O ministro ressaltou a fragmentação das narrativas e a perda do espaço de fatos comuns, uma tendência observada não apenas no Brasil, mas também nos Estados Unidos e em outras partes do mundo.

“O mal que aconteceu no Brasil, nos Estados Unidos e em outras partes, é que as tribos criam as suas próprias narrativas e nós perdemos esse espaço de fatos comuns”, declarou.

Durante o governo Bolsonaro, Barroso afirmou que o Supremo Tribunal Federal enfrentou um “severo ataque” do ex-chefe de Estado, que, apesar de não se reeleger, obteve quase 50% dos votos, refletindo uma identificação significativa com seu discurso.

“O presidente não se elegeu, mas teve quase 50% dos votos. Portanto, muita gente, de certa forma, se identifica com esse discurso”, afirmou.

“De modo que o que eu tenho esforçado é para mostrar para esse segmento da sociedade que o Supremo não é um problema”.

O ex-presidente Jair Bolsonaro. (Foto: Reprodução)

O presidente do Supremo também abordou o “mito do ativismo judicial” e reforçou que não está afirmando que o STF acerta 100%, mas busca convencer o eleitorado de que a Corte não é um problema, visando reduzir a animosidade na sociedade. O ministro, anteriormente, já havia defendido a pacificação do país durante a cerimônia de lançamento da exposição “Pontos de Memória”, que relembrou os atentados golpistas sofridos pela Corte em 8 de janeiro.

Barroso enfatizou que esses eventos representaram uma profunda derrota do espírito e reforçou a necessidade de uma verdadeira pacificação da sociedade brasileira.

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