VÍDEO: Barroso revela que cogitou processar Bolsonaro: “Ônus pessoal”

Atualizado em 27 de setembro de 2021 às 22:36
Barroso e Bolsonaro processo
Barroso explica que pensou em processar o presidente

O ministro do STF Luís Roberto Barroso cogitou processar o presidente Bolsonaro. Mas ele não considerou ir adiante com um processo criminal. Segundo o magistrado, ele teria o “ônus pessoal” de “querer destituir” o presidente.

“Eu adotei um pouco a postura de não dar muito atenção a ataques pessoais. A vida brasileira naturalizou a selvageria. A linguagem inadequada, as ofensas. Em muitos espaços há pessoas de muitas limitações cognitivas e desencontradas espiritualmente. Destilando ódio, mentiras e desinformações. Se você está na vida pública, precisa encarar isso com uma certa resiliência”, declarou em entrevista para a Veja.

“A ideia de processar por crime contra a honra. A situação seria a seguinte: eu entro com uma queixa-crime. Nem dependeria do procurador-geral. Então havia uma certa chance dela andar. Só que o Congresso tem que aprovar uma ação pena contra o presidente. E, aprovado pelo Congresso, o Supremo afasta. Então você imagina o ônus pessoal de você, ministro do Supremo, deflagrar o processo. Sendo que o Congresso quisesse afastar o presidente, teria votado algum daquelas processos de impeachment”, acrescentou.

“Então era uma situação que não fazia muito sentido chamar o ônus para mim de querer destituir o presidente. Se o Congresso quisesse, ia fazer sem mim. Eu não considerei ir adiante com um processo criminal”, completou.

Confira o vídeo abaixo:

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Barroso nega acordo com Bolsonaro

Durante a entrevista, ele comentou sobre o recuo de Jair Bolsonaro (sem partido). Barroso falou sobre a dúvida da carta escrita por Temer. O ministro ainda afirmou que não existe acordo entre o presidente e o STF para pacificação.

“Quero acreditar que seja verdade, mas o melhor senhor dos fatos é o tempo (…) Adotei a postura de não dar atenção a ataques pessoais. Se você está na vida pública tem que encarar isso com resiliência”, disse.

“O presidente é um líder. Se ele usa um vocabulário chulo, se destila ódio, as pessoas se surpreendem com isso. (…) Eu escolhi para a minha vida ser diferente disso, não sou como eles. Você não pode aderir ao mal para enfrentar o mal”, continuou.