Bento Albuquerque não fez menção a joias em seu relatório de viagens à Arábia Saudita

Atualizado em 3 de abril de 2023 às 22:54
Ex-ministro de Minas e Energia, Bento Albuquerque. Foto: Reprodução

Responsável por liderar uma comitiva que representou o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) em uma viagem a Arábia Saudita, o ex-ministro de Minas e Energia, Bento Albuquerque, não mencionou nenhum presente do governo saudita em seu relatório de viagem.

A informação é do Metrópoles, que solicitou ao Ministério de Minas e Energia os documentos referentes à comitiva presidencial que foi ao país árabe em outubro de 2021. A informação foi obtida através da Lei de Acesso à Informação (LAI).

Em depoimento à Polícia Federal (PF), no último dia 14, Albuquerque afirmou que as joias eram um presente para o Estado brasileiro.

A pasta forneceu dois relatórios, além do escrito pelo então ministro. Há, ainda, o documento feito pelo militar Marcos André dos Santos Soeiro, assessor do ministro flagrado pela Receita Federal portando um estojo de joias avaliadas em R$ 16,5 milhões, e o registro do diplomata Christian Vargas.

A única menção às joias é feita por Soeiro, que citou as peças somente porque perdeu o voo em decorrência da fiscalização da Receita que apreendeu os objetos no Aeroporto Internacional de Guarulhos, em São Paulo.

Jair Bolsonaro e conjunto de joias da marca suíça Chopard. Foto: Reprodução

“No dia 26, regressei ao Brasil, chegando na cidade do Rio de Janeiro no dia 27/10/2021, em razão de inspeção da Receita dos itens ofertados ao Estado brasileiro pelo Reino Saudita, a qual impossibilitou o meu embarque no voo originalmente adquirido”, escreveu o militar.

Os outros dois integrantes da comitiva chegaram a seus destinos um dia antes, em 26 de outubro de 2021.

Ainda em março, após a revelação das joias, Christian Vargas negou ter trazido qualquer presente pessoal para Jair Bolsonaro. “Minhas funções eram estritamente de assessoramento político-diplomático e não incluíam aspectos logísticos e de protocolo, como troca de presentes, que ficavam a cargo do ajudante de ordens do ministro [Bento Albuquerque, titular da pasta sob Bolsonaro]”, alegou o diplomata, em nota.

Até agora, foi revelado que Bolsonaro recebeu pelo menos três conjuntos de joias do país árabe: o primeiro a ser revelado foi uma coleção feminina, o segundo trata-se de um grupo de joias masculinas.

O terceiro conjunto foi recebido, pelo próprio ex-presidente, durante viagem em outubro de 2019. A confirmação veio da defesa de Bolsonaro: “Os bens foram devidamente registrados, catalogados e incluídos no acervo da Presidência da República conforme legislação em vigor”.

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