Biden pede ajuda do governo Lula para acabar com tensão entre Venezuela e Guiana

Atualizado em 8 de dezembro de 2023 às 13:10
Os presidentes do Brasil, Lula, e dos Estados Unidos, Joe Biden em Nova York. Foto: Divulgação/Casa Branca

O governo de Joe Biden, dos Estados Unidos, pediu ao Palácio do Planalto e ao Itamaraty que tentem acalmar a situação na fronteira entre Venezuela e Guiana por conta do conflito por Essequibo. A Casa Branca está preocupada com a tensão na América do Sul e sabe que não tem condições de lidar com a crise atualmente. A informação é da coluna de Jamil Chade no UOL.

Em conversas com o governo brasileiro, autoridades americanas afirmaram que o país é o ator “adequado” para tentar evitar uma crise maior e que o presidente Lula estaria numa posição privilegiada para promover o diálogo. Segundo o alto escalão do Executivo, os diálogos entre os dois países têm acontecido “de forma constante”.

Para os EUA, o Brasil deveria fazer duas ações simultâneas para evitar o conflito. A primeira seria um alerta claro para Nicolás Maduro, dizendo que não haverá qualquer chance de retirada das sanções internacionais ao seu país e que todas as negociações com a oposição seriam interrompidas.

Nicolás Maduro, presidente da Venezuela, após referendo para anexação de Essequibo. Foto: Reprodução

A segunda forma de evitar o conflito, segundo autoridades americanas, seria mandar um recado para a Guiana e deixar claro que o país conta com a simpatia diplomática, militar e política dos EUA, mas que isso não significa que o governo local deve endurecer seu discurso ou se sentir empoderado.

O governo Biden considera que um conflito militar na América do Sul seria “desastroso” neste momento, quando há tensão com a guerra da Ucrânia e a situação em Gaza. O presidente americano também teme por sua própria situação doméstica, já que a eleição americana vai dominar sua agenda em breve e ele precisará disputar o voto dos latinos no país.

Em discurso na 63ª edição da reunião de chefes de Estado do Mercosul, nesta quinta (7), o presidente Lula afirmou que vê a crise em Essequibo com “crescente preocupação” e defendeu uma ação do bloco para evitar uma guerra. O mandatário ainda disse que o Brasil está disposto a fazer reuniões com os países para tratar sobre o tema.

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