Biden se junta a grevistas do setor automotivo em movimento histórico

Atualizado em 26 de setembro de 2023 às 15:35
Joe Biden participa de piquete de trabalhadores de montadoras em frente a fábrica da GM em Michigan, nos EUA. Foto: Evelyn Hockstein/Reuters

Na última terça-feira (26), o presidente Joe Biden fez uma visita sem precedentes a operários em greve do setor automotivo na cidade de Bellville, Michigan, nos Estados Unidos – região conhecida como o berço da indústria automobilística.

Biden destacou-se como o primeiro presidente em exercício nos EUA a visitar grevistas, em um momento onde trabalhadores de três gigantes do setor, General Motors, Ford e Stellantis, protagonizam uma paralisação histórica.

“Este apoio é vital, pois ele acredita em nossa causa. Sinto-me honrado”, disse Patrick Small, um dos trabalhadores presentes. Small acredita que o sindicato UAW deveria apoiar Biden nas próximas eleições.

Recentemente, Biden e o presidente brasileiro Lula discutiram a formulação de normas para trabalhadores de aplicativos em um encontro nos EUA. A visita de Biden surge como uma estratégica antecipação a Donald Trump, que tinha planos similares para a região.

Apesar de Trump ter anunciado sua visita primeiro, acusando Biden de imitação, a Casa Branca refutou que a agenda de Trump tenha influenciado a programação presidencial.

Identificando-se como ‘pró-sindicatos’, Biden busca solidificar sua imagem como protetor dos trabalhadores e propulsor da renovação industrial americana. “Essa visita demonstrará que ele é o presidente mais comprometido com os sindicatos na história dos EUA”, afirmou a porta-voz Karine Jean-Pierre.

Aos 80 anos, Biden enfrenta constantes questionamentos sobre sua condição física, tornando cada viagem um desafio. A tensão entre trabalhadores e empregadores na indústria automotiva é um ponto crítico, com potencial impacto na economia americana.

O presidente ressaltou que as empresas automotivas deveriam valorizar seus funcionários, especialmente em períodos de lucro elevado, mas manteve-se neutro nas negociações entre sindicato e empresas.

O apoio de sindicatos, especialmente do UAW, foi crucial para a vitória de Biden em Michigan em 2020, revertendo a preferência por Trump em 2016. Sob sua administração, observa-se um impulso significativo para a transição da indústria automotiva para veículos elétricos.

Trump, por sua vez, alfinetou Biden, insinuando uma transferência de empregos para a China e destacando a importância do voto operário em estados-chave. Trump fará um discurso em Michigan, a 60 quilômetros de onde Biden marcou presença, intensificando a competição política na região.