Assessor do bolsonarista Marcos Rogério no Senado é alvo da PF por associação ao tráfico

Atualizado em 2 de setembro de 2021 às 21:16
Marcos Rogério ao lado de seu ídolo, Jair Bolsonaro

O senador Marcos Rogério (DEM-RO) é o mais barulhento da tropa de choque bolsonarista na CPI da Covid.

Em praticamente toda sessão do colegiado, ele diz haver uma “guerra de narrativas” sempre que se descobre algum rolo envolvendo o presidente.

Outra marca registrada é sua insistência em querer investigar o Consórcio Nordeste.

Segundo ele, o grupo adquiriu respiradores de uma empresa que “comercializa produtos à base de maconha”.

Acontece que o próprio gabinete de Marcos Rogério está supostamente ligado ao tráfico de drogas.

O assessor do bolsonarista, Marcelo Guimarães Cortez Leite, foi alvo da Operação Alcance, deflagrada na quarta-feira (1º) pela Polícia Federal.

Ele é acusado de envolvimento em um esquema de tráfico de cocaína entre os estados de Rondônia e Ceará.

Foram 42 prisões e 60 mandados de busca e apreensão em Rondônia, Ceará, Roraima e Minas Gerais.

A operação investiga a organização criminosa pelo envio de mais de uma tonelada da droga, saindo de Porto Velho (RO) para Fortaleza (CE).

Em 15 dias, o grupo chegou a receber R$ 1,5 milhão pelo tráfico, de acordo com o Painel Político.

Marcelo Guimarães está lotado no gabinete do senador desde o ano passado, na função de Auxiliar Parlamentar Júnior, e recebeu em agosto salário de R$ 5.735,93.

O assessor, que é casado com uma promotora estadual de Justiça, teve a casa revirada pelos agentes federais.

É capaz de Marcos Rogério dizer agora que há uma “guerra de narrativas” na Polícia Federal.

Leia também:

1. Sabujo de Bolsonaro, senador da CPI apoia impeachment de Moraes e Barroso
2. VÍDEO – “Você é covarde”: Omar Aziz bate boca com senador bolsonarista na CPI
3. Alessandro Vieira humilha bolsonarista e diz que ele ‘reitera mentira’ na CPI

Outro lado

Em nota enviada ao JH Notícias, o parlamentar informa que solicitou a exoneração do funcionário.

Ele alega que foi “surpreendido” com a notícia sobre a operação da PF e que está aguardando o desenrolar do caso.

“Fui surpreendido com a notícia de busca e apreensão na casa de um dos meus assessores, lotado no escritório de apoio parlamentar de Porto Velho, RO. Não tenho informações se existe ou não envolvimento na prática de algum ilícito, mas em decorrência das investigações em curso decidi exonerá-lo, aguardando maiores esclarecimentos dos fatos“, diz o comunicado.