Bolsonarista, pai de menino que quase ficou cego por causa de bloqueio segue apoiando “manifestações”

Atualizado em 24 de novembro de 2022 às 15:28
A família do menino Gabriel, que foi impedido de seguir para cirurgia em bloqueio bolsonarista
Foto: Reprodução/Redes Sociais

Após ter sido barrado com o filho, que precisava passar por uma cirurgia no oftalmologista, por três horas em um dos bloqueios antidemocráticos que ocorrem na BR-364 em Cuiabá, o bolsonarista Éder Rodrigues, pai do menino, continua apoiando os protestos golpistas.

O caso aconteceu na noite desta segunda-feira (21). Em um vídeo que circulava nas redes sociais, foi registrado o momento em que o pai do menino estava revoltado ao tentar passar por um ponto bloqueado por golpistas.

O pai do garoto é um apoiador declarado do presidente Jair Bolsonaro (PL). Ele disse que, mesmo após o episódio, segue apoiando o presidente e as manifestações.

Nas redes sociais, Éder acumula diversas publicações a favor de Bolsonaro e atacando o presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT), o PT e o Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Em uma das postagens, ele associa os apoiadores do petista ao crime e os de Bolsonaro à “família tradicional brasileira”.

“Toda manifestação justa é direito de todos, desde que não impeça o direito de ir e vir. Não desaprovo, mas é preciso ser feito com respeito”, disse.

O pai do menino, aos 41 anos, por meio de uma chamada de telefone, disse se sentir aliviado depois de ter passado por momentos de tensão, desespero e raiva na madrugada de terça, quando foi impedido de levar o filho, identificado como Gabriel, do município de Sorriso até a capital de Mato Grosso.

“Cheguei no local, apresentei meus documentos e expliquei que meu filho precisava fazer a cirurgia e que ele corria o risco de perder a visão. Fui recebido com um facão pelo representante e me senti ameaçado o tempo todo. Ele balançava [o facão] e mostrava dizendo que eu não passaria”, explicou o pai.

“Vai a pé. De carro, não passa”, disse um dos golpistas para o pai. “Eu não tenho problema com o olho do seu filho. Pega um avião e vai. Não vai passar. Que fique cego”, disse outro apoiador de Bolsonaro.

Após ter sido orientado por alguns dos manifestantes, sensibilizados com a situação, o pai conseguiu levar menino para completar sua cirurgia após desviar por uma propriedade rural para seguir viagem. O menino de nove anos conseguiu fazer sua cirurgia na tarde desta quarta-feira (23), e durou quatro horas.

“Eles são os verdadeiros manifestantes porque respeitam o direito de ir e vir. Em caso de saúde, isso não é coisa que se faz”, lembrou.

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