Bolsonaristas causam dor de cabeça para campanha do presidente com doações de R$ 1

Atualizado em 13 de setembro de 2022 às 14:54
Jair Bolsonaro
Foto: Reprodução

Apoiadores do presidente Jair Bolsonaro (PL) iniciaram um movimento para doar R$ 1 ou valores similares para a campanha de reeleição do chefe do Executivo. No entanto, a iniciativa tem gerado problemas burocráticos e contábeis para a chapa, segundo a Folha de S.Paulo.

A ideia dos apoiadores é de que todos os eleitores de Bolsonaro doem valores baixos para a campanha, que é obrigada a emitir recibos eleitorais numerados, para terem um parâmetro contra possíveis fraudes nas urnas eletrônicas.

“Só R$ 1 para declarar o voto em apoio à reeleição do Bolsonaro, o que servirá de parâmetro antifraude. Já fiz a minha parte”, diz uma mensagem de incentivo às doações.

O ex-ministro do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e advogado da campanha, Tarcísio Vieira de Carvalho Neto, calcula que já foram feitas cerca de 300 mil doações, em valor médio de R$ 2.

Os extratos de doação têm que ser feitos individualmente e envolvem um trabalho detalhado de preenchimento de informações.

“Foi um movimento espontâneo, que surgiu na internet, e que gerou na gente essa preocupação. Tudo isso está de acordo com a lei, claro. Mas como temos o prazo de 72 horas para fazer as prestações de contas parciais, o contador estava um pouco aflito. O volume é muito grande para fazer no braço”, disse Vieira ao Painel.

“Ontem ele estava desenvolvendo uma metodologia de tecnologia da informação para cumprir as tarefas. O próprio Banco do Brasil estava com dificuldades em rodar os extratos para a gente juntar na prestação de contas”, acrescentou.

Ele diz afirma reforçar a equipe contábil seria “enxugar gelo”. A única solução possível deverá ser o desenvolvimento de um programa capaz de contar o volume de contribuições pequenas, ainda mais se o movimento se alastrar para muitos apoiadores do presidente.

Para o ex-ministro, não seria de bom tom desestimular o movimento e de R$ 1 em R$ 1 é possível chegar a um valor que ajude a campanha financeiramente.

“Hoje é uma questão mais tecnológica que jurídica. A matéria ainda não está definida, no entanto. Ontem o contador colocou esse problema e eu disse que não tem alternativas, temos que prestar contas de tudo. Devolver, que parte da equipe entendia que poderia resolver o problema, é tão complexo quanto contabilizar e ficar com os valores. Devolver um por um também não é fácil”, afirmou.

Tarcísio disse ter solicitado que os valores sejam colocados em uma anotação específica, separados, e que não sejam utilizados enquanto pensam em uma solução.

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