Bolsonaro abriu conta em Miami, nos EUA, nove dias antes de deixar o Brasil

Atualizado em 12 de agosto de 2023 às 12:36
O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) – Foto: Reprodução

O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) abriu uma conta em uma agência bancária de Miami, nos Estados Unidos, e deu entrada em um procedimento para enviar remessas de dinheiro ao exterior nove dias antes de deixar o Brasil e encerrar sua gestão. A informação é da colunista Mônica Bergamo, do jornal Folha de S.Paulo.

De acordo com documentos do BB Americas, braço do Banco do Brasil no estrangeiro, apontam que o ex-chefe do Executivo abriu sua conta no país norte-americano em 21 de dezembro de 2022.

No dia seguinte, uma proposta de emissão de ordem de pagamento, usada para a transferência de verbas, foi assinada pelo próprio Bolsonaro. O processo de transferência de recursos também foi realizado pelo tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens do ex-capitão.

“Solicito a emissão de uma ordem de pagamento para o exterior, na moeda indicada ou seu equivalente na do país do beneficiário, a débito de minha conta de depósito abaixo indicada, bem como das respectivas tarifas, tributos e demais despesas. Adicionalmente, concordo em tomar conhecimento do Valor Efetivo Total (VET) antes de concluída a formalização da operação de câmbio”, afirmam os termos assinados por ambos.

Vale destacar que os documentos foram enviados por Cid para a sua própria conta de email e estão em posse da CPMI do 8 de janeiro. Neles, além disso, há informações sobre as contas de origem e de destino para as transferências bancárias.

Trecho de documento mostra data de abertura de conta do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) no BB Americas. Foto: Reprodução

Segundo um relatório enviado pela Polícia Federal (PF) ao Supremo Tribunal Federal (STF), um saque de US$ 6 mil (cerca de R$ 29 mil, na cotação atual) foi realizado pelo tenente-coronel no BB Americas em 18 de janeiro deste ano.

O valor, entretanto, foi extraído de uma conta diferente da indicada por Mauro Cid na véspera da viagem, o que sugere a existência de mais de um canal.

A defesa de Bolsonaro afirma que a conta foi aberta e os recursos, transferidos, porque o ex-mandatário acreditava que “a economia do Brasil ia afundar”. “Não era nada expressivo. Não chegava a sete dígitos”, disse o advogado Paulo Cunha Bueno. Ele ainda afirmou que os valores foram extraídos da poupança.

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