
O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) está preparando uma comitiva com diversos políticos de direita para acompanhar a posse de Javier Milei como presidente da Argentina, marcada para 10 de dezembro. Bolsonaro já estendeu convites a cinco governadores brasileiros, consolidando uma comitiva de peso para o evento.
Entre os governadores convidados estão Tarcísio de Freitas (Republicanos-SP), Romeu Zema (Novo-MG), Jorginho Mello (PL-SC), Ronaldo Caiado (União Brasil-GO) e Ratinho Jr. (PSD-PR). Até o momento, Tarcísio e Jorginho Mello confirmaram presença no evento.
Além dos governadores, Bolsonaro será acompanhado pela ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro, pelo presidente do PL, Valdemar Costa Neto, e por assessores próximos, incluindo o ex-secretário de Comunicação (Secom) Fábio Wajngarten.
Em entrevista à coluna da Mônica Bérgamo, da Folha de S.Paulo, Bolsonaro destacou que aceitou o convite de Milei, alegando que sua presença se justifica pela ausência do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) na cerimônia. Bolsonaro afirmou: “Se o Lula fosse, ficaria difícil. Mas como o Lula não vai, não deve ir, as coisas ficam mais leves”.
A eleição do argentino anarcocapitalista Milei tem sido celebrada pelo bolsonarismo como uma demonstração da força da direita no continente. Milei conquistou 55,69% dos votos, derrotando o candidato peronista Sergio Massa, que obteve 44,30%.
Logo após a eleição, Milei entrou em contato com Bolsonaro e seu filho, o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP), convidando-os para a posse. Em contrapartida, não houve contato com Lula durante a campanha, embora tenha se referido ao presidente brasileiro como comunista e atribuindo ofensas, chamando-o de corrupto.
⏯️ Bolsonaro conversa com Milei por chamada de vídeo.
Ex-presidente Jair Bolsonaro conversou por chamada de vídeo com o presidente eleito da Argentina, Javier Milei.
Leia na coluna de @igorgadelham: https://t.co/5ZzMNqrHCx pic.twitter.com/3gIRTSv4Ge
— Metrópoles (@Metropoles) November 20, 2023
Milei também afirmou que não pretende se reunir com Lula enquanto estiver na presidência da Argentina. O brasileiro, por sua vez, reconheceu rapidamente a vitória do “Ancap” (abreviação de anarcocapitalista), elogiando as instituições argentinas e o povo pela condução do processo eleitoral.
No entanto, o ministro da Secretaria de Comunicação (Secom), Paulo Pimenta (PT-RS), declarou que Lula só deveria comparecer à posse caso Milei pedisse desculpas a ele.
“Eu não ligaria. Só depois que ele me ligasse para me pedir desculpa. Ofendeu de forma gratuita o presidente Lula, cabe a ele, num gesto como presidente eleito, ligar para se desculpar. Depois que acontecesse isso, eu pensaria na possibilidade de conversar”, afirmou o chefe da Secom.