O colunista Janio de Freitas, da Folha de S.Paulo, em sua coluna deste domingo (21) comentou a série de reportagens feita pelo jornalista Guilherme Amado, do Metrópoles, sobre o monitoramento que fez do grupo de WhatsApp que congrega pesos-pesados da economia nacional, como o dono da redes de shoppings Multiplan, Luciano Hang, da Havan e o dono da rede de restaurantes Coco Bambu.
Nela, o experiente jornalista estabelece o vínculo entre a reinvindicação de Bolsonaro de que as urnas forneçam um comprovante do voto e a possibilidade de “compra” deles. Leia trechos:
O grupo de empresários adeptos do golpe proporciona, à revelia, o elemento decisivo para explicar a campanha contra as urnas e, com isso, comprovar o objetivo de fraude eleitoral de Bolsonaro. Os empresários pró-ditadura tornaram ainda maior a gravidade das ações do próprio ocupante da Presidência, e de seus apoios civis e militares, para desmoralizar a Justiça Eleitoral e as eleições no Brasil.
Um dos temas dos empresários golpistas, revelado pelo repórter Guilherme Amado no site Metrópoles, é a remuneração de trabalhadores que aceitassem dar seu voto a Bolsonaro. Pagamento em dinheiro. (…)
Bolsonaro e seus apoiadores jamais encontraram um argumento para sobrepor à tola alegação de segurança “para o próprio eleitor”. A comprovação, porém, é que traria aos pagadores a certeza do suborno a ser quitado.(…)
Entre os vários inquéritos e ações contra Bolsonaro, porém, falta e será justo incluir o de conspiração contra o regime de Estado democrático de Direito. E o de agir para a sedição armada contra o Poder Judiciário e a Constituição. Propósito configurado nos atos legislativos para armar civis, inclusive com armas de guerra, e na atração de militares para ações corrosivas das eleições e do regime constitucional. (…)