Publicado originalmente no blog do autor
POR MOISÉS MENDES
Bolsonaro terá de se submeter a dois questionamentos sobre a declaração de que sabe como mataram Fernando Santa Cruz, militante de esquerda e pai do presidente da OAB, Felipe Santa Cruz.
O próprio Felipe Santa Cruz, com o apoio de sete ex-presidentes da OAB, protocolou uma interpelação no Supremo para que Bolsonaro dê as explicações. Se sabe, que conte o que sabe.
A Procuradoria Federal dos Direitos do Cidadão, do Ministério Público Federal, também cobra que Bolsonaro informe sobre a morte do estudante, que desapareceu em 1974 depois de ser preso pela ditadura.
Os procuradores advertem para o seguinte: um desaparecimento forçado, como foi esse caso, é considerado crime permanente até que seja descoberto o paradeiro da vítima.
Qualquer pessoa que tenha conhecimento sobre o caso e não revele o que sabe à Justiça pode ser considerada participante do crime.
Vamos tentar prever o que vai acontecer com o sujeito que exalta torturadores e assassinos. Bolsonaro vai dar um drible, como sempre deu, e não vai responder nada. E daí?
E daí que ficará por isso mesmo. Até quando? Até o dia em que, sob pressão, o governo se sentir acossado por alguma forma de inquietação popular.
Quando isso acontecerá? Se fosse no Uruguai, no Chile, na Argentina ou em Porto Rico, já teria acontecido, com o povo nas ruas. Aqui, talvez não aconteça muito cedo, se é que vai acontecer.
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