Bolsonaro fez uso da máquina pública nas eleições de 2022, aponta CGU

Atualizado em 14 de maio de 2023 às 19:45
Ex-presidente Jair Bolsonaro. (Foto: Reprodução)

Foi verificado que o governo de Jair Bolsonaro (PL) utilizou a máquina pública nas eleições presidenciais de 2022, além de ter promovido uma gestão irresponsável na pandemia. As constatações foram realizadas após a revisão dos sigilos impostos pelo governo do ex-capitão com base em dados da Controladoria-Geral da União (CGU). Com informações da Folha de S.Paulo.

Edifício da Controladoria Geral da União. (Foto: Reprodução)

Mais de 254 processos de sigilo da administração bolsonarista foram reavaliados pela pasta desde fevereiro. Dentre eles, foram 112 pedidos via LAI (Lei de Acesso à Informação) relacionados a segurança nacional, 38 relativos à proteção de Bolsonaro e seus familiares, 51 dados e informações pessoais e outros 15 relacionados a atividades de inteligência.

Os dados que a CGU divulgou neste ano mostram que a liberação de empréstimos consignados do Auxílio Brasil ficou concentrada em outubro, mês das eleições gerais de 2022. Tal fator corrobora a tese de que o uso desse crédito no período eleitoral é um dos motivos pelo qual Bolsonaro deve se tornar inelegível por abuso de poder político e econômico.

Os relatórios revelaram ainda despesas com cartão corporativo da Presidência da República para abastecimentos em postos de combustível nas datas de motociatas com a participação do ex-chefe de estado, além de indícios da ação da Polícia Rodoviária Federal (PRF) durante o segundo turno das eleições direcionada a estados em que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) havia sido mais votado no primeiro turno. A ação seria uma forma de tentativa de boicote à campanha do petista.

A apuração sobre suposta fraude em registros de imunização do ex-capitão é outro tema revelado pelo balanço.

A reavaliação de sigilos pela CGU ainda permitiu ter acesso a dados sobre medicamentos e outros insumos perdidos pelo Ministério da Saúde.

A Controladoria também determinou a entrega de relatórios elaborados pela Agência Brasileira de Inteligência (Abin) para avaliar o avanço do novo coronavírus durante a pandemia, além de telegramas do governo relacionados à compra de vacinas.

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