Mais uma cena que seria inimaginável e se realizou. Foi ontem no gabinete de Bolsonaro. Os ministros Edson Fachin e Alexandre de Moraes vão entregar o convite para a posse da nova direção do TSE e ficam diante do filho do capo.
Bela Megale conta no Globo que, de repente, entrou na sala Flavio Bolsonaro. Por que Flavio Bolsonaro? O que o filho do sujeito estava fazendo ali?
Estava na sala, claro, não como senador, porque nenhum senador havia sido convidado, mas como filho número 1 do chefe da facção.
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Ministros do Supremo, que vão assumir a gestão da eleição no TSE, ameaçados há pelo menos dois anos por milicianos, cumprem compromisso protocolar e são surpreendidos pela presença de um dos subchefes da milícia, porque o chefe mesmo é o pai dele.
O que acontecerá depois disso nunca se sabe
No mesmo dia em que recebeu os ministros, o pai de Flavio advertiu que, se quiser, pode atirar contra um “gordinho” que o critica, mesmo que não saiba acionar uma pistola. Poderia avisar que quebra braços e dedos.
Por que o filho do chefe da quadrilha foi apertar a mão dos ministros? Não, não é porque tenha ido fazer média com Moraes, que comanda os inquéritos contra a família.
Flavio Bolsonaro, envolvido em todo tipo de rolo, e não só nas rachadinhas, foi dizer aos ministros que continua próximo do pai e que aquilo é cada vez mais uma facção familiar no poder.
A reunião com duas das mais altas autoridades da República, da mais alta Corte, que irão proteger a democracia dos ataques da família na eleição, teve a presença do filho do capo di tutti capi.
Flavio foi reafirmar que é o filho do chefão de todos os chefes. O que acontecerá depois disso, nunca se sabe.
PUBLICADO ORIGINALMENTE NO BLOG DO JORNALISTA MOISES MENDES