“Bolsonaro interferiu politicamente na instituição”, diz diretor-geral da Polícia Federal

Atualizado em 24 de novembro de 2023 às 12:04
O diretor-geral da PF, Andrei Rodrigues, e Jair Bolsonaro. Foto: reprodução

Em uma entrevista à CNN Brasil, o diretor-geral da Polícia Federal (PF), Andrei Rodrigues, não hesitou em acusar o governo de Jair Bolsonaro (PL) de interferência política prejudicial à instituição. Rodrigues destacou a instabilidade causada por mudanças frequentes no comando da PF, afirmando que essas interferências indevidas resultaram em um “bloqueio de ações” que comprometeu as atividades da PF.

“Eu me refiro especialmente à instabilidade. E à interferência política na nossa instituição”, enfatizou Rodrigues. Suas palavras ecoam as preocupações levantadas anteriormente por Sergio Moro ao deixar o cargo de ministro da Justiça e Segurança Pública.

Durante o mandato de Bolsonaro, houve quatro mudanças no comando da Polícia Federal, sendo uma das mais notáveis a saída de Maurício Valeixo, em meio a uma disputa com Moro, então ministro da Justiça.

Valeixo foi sucedido por Rolando Alexandre, indicado por Bolsonaro, mas posteriormente substituído por Paulo Maiorino, escolha de Anderson Torres, que na época ocupava o cargo de ministro da Justiça.

O nome de Alexandre Ramagem também foi cogitado para a direção da PF, mas sua nomeação foi vetada pelo ministro Alexandre de Moraes devido à sua proximidade com a família Bolsonaro.

Em 2020, durante uma reunião com os ministros do governo, o então presidente afirmou que faria todas as alterações que quisesse no comando da PF. “Vou não esperar f*der minha família toda de sacanagem, ou amigo meu, porque eu não posso trocar ‘segurança’ na ponta da linha”, disse na ocasião.

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