
O secretário de Atenção Primária do Ministério da Saúde, Raphael Camara Medeiros Parente, assume o Ministério da Saúde a partir desta quarta-feira (23), durante a ausência do ministro Marcelo Queiroga. As informações são da Folha de São Paulo.
A nomeação foi assinada pelo presidente Jair Bolsonaro (PL) e acontece em meio ao crescimento do desprestígio de Queiroga diante da apuração, pelo Supremo Tribunal Federal (STF), das circunstâncias do “apagão de dados”.
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Queiroga viaja aos Estados Unidos para evento da ONU
Segundo a assessoria da pasta, Queiroga ficará ausente até o próximo dia 27 de fevereiro. O motivo seria uma viagem aos Estados Unidos para participar, entre outros, de evento organizado pela Organização das Nações Unidas (ONU).
Além de Queiroga, segundo a pasta, o secretário-executivo do Ministério, Rodrigo Cruz, também participa do evento, que abordará a promoção de esforços pela vacinação universal. Até o momento, porém, não há informações mais detalhadas sobre a viagem ou o evento na Agenda do Ministério.
A nomeação do médico bolsonarista ocorreu nesta terça-feira (22). Ou seja, apenas dois dias após a PGR ter comunicado ao STF que abriu uma apuração preliminar para apurar as circunstâncias do ataque hacker que prejudicou o sistema de dados do Ministério.
Quem é Parente
Parente é ligado à chamada “ala ideológica” do presidente. Em outras palavras, é publicamente reconhecido por defender uma posição contrária à legalização do aborto e por apoiar o projeto de abstinência sexual proposto pela ministra da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos, Damares Alves.
Além disso, o médico defende que o aborto ilegal não deve ser considerado um problema de saúde pública.
Desde junho de 2020, Parente está à frente da Secretaria que responde justamente pela organização de ações voltadas a unidades de saúde e diretrizes de cuidados básicos no atendimento na rede. Ele assumiu a função no lugar de Erno Harzheim, que deixou o cargo no fim de abril de 2020 após a saída do ex-ministro Luiz Henrique Mandetta.
O médico é mestre em saúde pública pela UERJ, doutor em ginecologia pela Unifesp (Universidade Federal de São Paulo) e conselheiro do CFM (Conselho Federal de Medicina). Ele também está vinculado ao Instituto de Ginecologia da UFRJ, segundo informações da Folha de São Paulo.