Bolsonaro retribui a fidelidade canina de Heleno, com coronavírus, com um “foda-se”. Por Kiko Nogueira

Atualizado em 18 de março de 2020 às 10:14

Um dos ministros mais leais a Bolsonaro, eventualmente disposto ao suicídio pelo chefe, o general Augusto Heleno testou positivo para o coronavírus.

Aos 72 anos, Heleno esteve na comitiva que foi a Mar-a-Lago, na Flórida, encontrar Donald Trump. É a 17ª pessoa daquela turma que se adoenta.

Está totalmente no grupo de risco.

“Informo que o resultado do meu segundo exame, realizado no HFA, acusou positivo. Aguardo  a contraprova da FioCruz”, escreveu no Twitter.

“Estou sem febre e não apresento qualquer dos sintomas relacionados ao COVID-19. Estou isolado, em casa, e não atenderei telefonemas”.

Bolsonaro está vendo cair a seu lado os mais fieis a ele.

Noves fora o desrespeito, o despreparo, a irresponsabilidade e o desprezo dos brasileiros, mostra que só se importa consigo e com os filhos.

Como prova de sua gratidão a um funcionário-padrão, lambe-botas, o homem do clássico “foda-se o Congresso”, anuncia que vai para Fernando de Noronha.

Vai curtir a Semana Santa por lá. 

Não estará livre da praga: o governo de Pernambuco fechou o aeroporto local para turistas após a Secretaria de Saúde registrar o primeiro caso suspeito na ilha.

Bolsonaro retribui a dedicação de Heleno e do gado que pasta em seu estrume com um “foda-se” direto da praia, de sunga branca, prisioneiro de seu bunker mental.

Heleno teve três encontros com o líder na terça-feira, de acordo com a agenda oficial.

Sua vingança ainda pode ser maligna.

Heleno e Bolsonaro