Bolsonaro teme falta de dinheiro em campanha após operação contra empresários golpistas

Atualizado em 24 de agosto de 2022 às 9:01
O presidente Jair Bolsonaro.
Foto: Reprodução.

A diminuição de doações eleitorais é temida pela campanha de Jair Bolsonaro. A operação que mirou empresários apoiadores do presidente poderá causar efeitos colaterais na arrecadação de dinheiro da campanha. Integrantes da equipe relataram ao Globo que há a preocupação de que a ação policial e suas repercussões inibam ainda mais a entrada de dinheiro, que já estaria escassa, por parte de grandes executivos.

A equipe de Bolsonaro tinha a expectativa que boa parte dos empresários que foram alvos da operação policial determinada por Alexandre de Moraes contribuísse de maneira robusta para a candidatura e ajudasse na articulação com o segmento. Hoje, porém, há a avaliação de que o grupo está na mira do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), que determinou, inclusive, medidas como quebra de sigilo bancário e bloqueio de contas, e que, por isso, pode decidir fechar o cofre.

O presidente Jair Bolsonaro disse a aliados ter visto a operação da Polícia Federal contra empresários bolsonaristas nessa terça-feira (23/08) como uma “provocação” a ele. Em conversas reservadas, Bolsonaro avaliou que a operação, autorizada pelo ministro do STF Alexandre de Moraes, seria uma tentativa do Judiciário de “pressioná-lo”.

Os alvos da PF foram Luciano Hang, da rede varejista Havan, Meyer Nigri, da construtora Tecnisa, Afrânio Barreira Filho, do restaurante Cocobambu, Ivan Wrobel, da W3 Engenharia, José Isaac Peres, da empresa de shoppings Multiplan, José Koury, Luiz André Tissot, do grupo de móveis Sierra, e Marco Aurélio Raymundo, da marca de surf Mormaii. Eles também deram depoimentos à PF. Os executivos discutiam em um grupo de Whatsapp um golpe de Estado caso Lula vença as eleições. As mensagens foram reveladas pelo site “Metrópoles”. Desse grupo, ao menos metade fez doações direta para o clã Bolsonaro em 2018.

A baixa arrecadação é hoje um dos assuntos que mais preocupam os lideres políticos que estão à frente da campanha de Bolsonaro, como o presidente do PL, Valdemar Costa Neto. Até a semana passada, a campanha do presidente declarou ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) ter recebido pouco mais de R$ 50 mil.

Com a resistência de Bolsonaro em pedir dinheiro, todo núcleo duro da campanha foi escalado para a missão, desde assessores a ministros do alto escalão. Os principais responsáveis para falar com grandes empresários são o senador Flávio Bolsonaro e o candidato a vice, Braga Netto.

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