O presidente Jair Bolsonaro voltou a fazer ameaças contra o Supremo e mirou em Barroso e em Alexandre de Moraes. Em suas redes sociais, ele afirmou que vai pedir a abertura de processo contra os dois no Senado. Caberá a Rodrigo Pacheco a decisão de aceitar o pedido ou não. Mas para o jurista Marco Aurélio de Carvalho, a atitude foi um equívoco.
“O Bolsonaro parece se especializar em tiro no pé. Essa tentativa de intimidação ao Supremo, vai provocar como reação. Um sentimento de corporativismo em todo o judiciário, do qual ele próprio pode ser vítima”, diz. “Não há espaço no estado de direito para o emparedamento do Judiciário. Qualquer tentativa de fazê-lo, terá uma forte reação da sociedade civil, dos setores progressistas da advocacia e das instituições de um modo geral”.
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Bolsonaro passou dos limites?
Para o jurista, Bolsonaro erra. “Ele insiste na estratégia da tentativa e erro. Ele lança um número enorme de ataques e agressões as instituições e espera as reações. Quando as reações são fortes, ele dá um passo para trás, quando as reações são tímidas, ele dá dois passos para frente”, garante Marco Aurélio.
Por fim, ele explica. “O governo está mergulhado numa crise sem precedências. Uma crise de natureza ética, uma crise de governança, uma crise de princípios, de propósitos. E ao que parece ele insiste na tentativa de ocupar a opinião pública com essas bravatas. Ele não terá sucesso, as reações serão firmes, contundentes e ele ficará ainda mais isolado”.