Bolsonaro tomou ou não tomou a vacina? Por Moisés Mendes

Atualizado em 17 de fevereiro de 2023 às 23:55
Bolsonaro e o Zé Gotinha. Crédito: AFP / EVARISTO SA

 

Publicado originalmente no Blog do Autor

Por que a Controladoria Geral da União adiou a possibilidade de acesso público aos dados do cartão de vacinação de Bolsonaro, cujo conteúdo total pode ser conhecido, segundo a própria CGU, até 13 de março?

Porque apareceu um registro estranho de possível vacinação do sujeito contra a Covid.

Isso altera a versão categórica dele de que não se vacinou? Ainda não.

A CGU investiga uma possível fraude no cartão. O registro virtual que aparece, e que motivou consulta da CGU ao Ministério da Saúde, mostra que ele teria tomado a vacina Janssen no dia 19 de julho de 2021 numa unidade de saúde do Parque Peruche, na zona norte de São Paulo.

O fujão esteve de fato internado em São Paulo, por problemas no intestino, mas no dia 18 teve alta e voltou a Brasília. Inseriram uma data errada para causar confusão?

O sujeito induzia seus seguidores a não tomarem a vacina, mas pode ter sido imunizado?

Vinícius de Carvalho, ministro da CGU, confirma que a Controladoria consultou o Ministério da Saúde sobre o registro.

Por que existe (se é que existe e é verdadeiro) esse registro nos arquivos da unidade de saúde?

Adulteraram o cartão? Adulteraram a data? Como ele poderia ter ido à unidade sem que ninguém soubesse? E um dia depois de ter viajado para Brasília? A vacina foi aplicada no hospital?

Se ele quisesse ser imunizado, sem que ninguém soubesse, não teria sido mais fácil alguém do entorno da família ter acesso a doses da vacina, que poderiam ser levadas clandestinamente ao Palácio da Alvorada?

Mostrariam uma bandeja com vacinas diversas e ele escolheria a marca preferida.

Alguém dirá que, pelos controles rígidos, isso não poderia acontecer. Poderia, sim. São muitos os casos de acesso irregular às vacinas por aplicadores que fingiam vacinar as pessoas. Sem contar os que nunca foram descobertos.

Bolsonaro teria dificuldade para dispor de uma vacina trazida por alguém da sua confiança? Ele, a mulher e os filhos nunca enfrentaram dificuldade alguma em qualquer área em quatro anos de governo.

Nem para gastar milhões do cartão corporativo. Talvez seja esse, o cartão das gastanças, o que pode oferecer melhores provas contra o genocida, e não o cartão da vacina.

Uma investigação conduzida por um principiante pode levar ao esquema dos rachas entre a família e os mercadinhos, padarias, hotéis e postos de gasolina onde eles gastaram milhões.

O cartão da vacina pode ajudar mais a confundir do que a esclarecer, principalmente se ficar comprovado que alguém acrescentou o registro com uma aplicação que não aconteceu.

Como a data inserida é improvável, Bolsonaro sairia de vítima. Ou pode ser que a fraude seja outra? É um desafio para a CGU.

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Bolsonaro e o Zé Gotinha. Crédito: AFP / EVARISTO SA