
Não há inimigo de Ciro Gomes à altura de Ciro Gomes.
O idiot-savant da política fala qualquer coisa, a depender das circunstâncias, e o resultado é uma catástrofe em termos de coerência.
Em 2018, antes de fugir para Paris no segundo turno, Ciro deu seu pitaco sobre a intervenção militar no Rio de Janeiro.
Segundo ele, a patacoada correspondia “a uma súplica generalizada da sociedade brasileira que anda com medo e com justíssima queixa de seus governantes impotentes diante do crime e da violência”.
Aproveitou para elogiar o sujeito responsável pelo desastre.
“O general a quem se atribuiu a penosa tarefa, Walter Braga Neto, é o que há de melhor em nossas forças armadas. Sério, competente e com elevado espírito publico, deve ter o apoio de todos nós”, escreveu no Facebook.
A intervenção deu no que deu. Nem um milímetro de avanço no combate ao crime organizado e com a morte de Marielle Franco.
E o “sério e competente” Braga Netto é um golpista serviçal de Bolsonaro, que trocou a Casa Civil Ministério da Defesa e passou a fazer discursos a militantes de extrema-direita nos passeios de moto do chefe.
Xinga jornalistas e dá entrevista a youtuber de 11 anos.
“As Forças Armadas estão para proteger os senhores, para proteger que os senhores possam produzir com tranquilidade. A liberdade é o nosso bem maior”, falou a produtores rurais e caminhoneiros que se aglomeraram na Esplanada dos Ministérios.
Bolsonaro afagou o funcionário: “Ele é um ser humano igualzinho a cada um de nós”.
Uma semana após o Exército decidir não punir Pazuello por participar em um ato com Bolsonaro, Braga Netto afirmou que sua pasta e as Forças Armadas estão “coesas e disciplinadas”.
Ciro acreditou.
(…) O general a quem se atribuiu a penosa tarefa, Walter Braga Neto, é o que há de melhor em nossas forças armadas. Sério, competente e com elevado espírito publico, deve ter o apoio de todos nós (…)
— Ciro Gomes (@cirogomes) February 16, 2018