Braga Netto prometeu solucionar o caso Marielle em 2018

Atualizado em 26 de julho de 2023 às 12:09
General Braga Netto e Marielle Franco. (Foto: Reprodução)

Em agosto de 2018, o general Walter Braga Netto, então interventor na segurança pública do estado do Rio de Janeiro, afirmou que o caso do assassinato da vereadora fluminense Marielle Franco e seu motorista, Anderson Gomes, seria resolvido até o fim do ano.

“Investigação não é novela, com um capítulo novo a cada dia. Estamos perto. Até o fim do ano, quando a intervenção tiver sido concluída, o caso já deverá estar solucionado”, disse ao Globo na época.

Marielle foi executada no dia 14 de março de 2018, por volta das 21h30, dentro de seu carro, no Estácio, no Rio de Janeiro. Ela foi atingida por quatro disparos no rosto. O atentado ocorreu menos de um mês depois que Braga Netto foi nomeado interventor pelo golpista Michel Temer (MDB), no dia 16 de fevereiro.

Na data do assassinato, Braga Netto exercia “o controle operacional de todos os órgãos estaduais de segurança pública previstos no Art. 144 da Constituição e no Título V da Constituição do Estado do Rio de Janeiro”, incluindo as polícias civis e militares, que já se encontravam sob seu comando.

Durante os 10 meses e meio em que permaneceu à frente do caso, o general se esquivou de quaisquer responsabilidades sobre a investigação. Ao mesmo tempo, sua gestão praticamente ignorou a atuação das milícias, organizações paramilitares formadas principalmente por PMs da ativa e da reserva.

Ainda em 2018. Braga Netto defendeu a política de enfrentamento utilizada por militares. Segundo ele, também acontecia uma ação mais integrada entre as polícias, o que diminuiria a letalidade entre inocentes.

“O ponto é que estão morrendo menos inocentes nesses confrontos. Isso porque o trabalho de inteligência é muito mais forte. Hoje consigo acuar os marginais. Só que, no lugar de se entregarem, eles se sentem poderosos, estão armados, reagem, e, na troca de tiros, estamos acertando. Quando os marginais abandonarem essa postura irracional de enfrentamento, as mortes vão cair”.

As investigações sobre o caso só voltaram a ganhar fôlego 5 anos após a morte da vereadora. Na última segunda-feira (24), a Polícia Federal (PF) prendeu o bombeiro Maxwell Simões Correa, o Suel, apontado como um dos participantes do crime.

Marielle Franco e Anderson Gomes. (Foto: Reprodução)
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