Brasil assume pela primeira vez a Presidência do G20 nesta sexta

Atualizado em 1 de dezembro de 2023 às 9:07
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva. (Foto: Reprodução)

Em um marco histórico, o Brasil inicia, em 1º de dezembro, sua Presidência temporária do G20, grupo que congrega as 19 principais economias globais, a União Europeia e, desde 2023, a União Africana.

Esta é a primeira vez que o país assume essa posição desde a criação do grupo em sua configuração atual. Com um mandato estendido até 30 de novembro de 2024, o Brasil se prepara para liderar um cenário internacional crucial.

Agenda Intensa: Mais de 100 reuniões e prioridades estratégicas

Durante esse período, o Brasil será responsável pela organização de mais de 100 reuniões de grupos de trabalho, tanto em formato virtual quanto presencial, além de aproximadamente 20 reuniões ministeriais.

O ponto alto desse período será a Cúpula de Chefes de Governo e Estado, agendada para os dias 18 e 19 de novembro de 2024, no Rio de Janeiro. O presidente Lula, em recente discurso, destacou a relevância desse evento, chamando-o de “possivelmente o mais importante evento internacional que nós iremos organizar.”

Três Eixos Fundamentais: Combate à desigualdade, desenvolvimento sustentável e reforma da governança

Os eixos prioritários propostos pelo Brasil para sua liderança no G20 são claros: o combate à fome, pobreza e desigualdade; o desenvolvimento sustentável, abrangendo as dimensões econômica, social e ambiental; e a reforma da governança global.

O presidente Lula enfatiza a necessidade de colocar a redução das desigualdades no centro da agenda internacional.

“Se quisermos fazer a diferença, temos que colocar a redução das desigualdades no centro da agenda internacional”, afirmou. “Todas essas prioridades estão contidas no lema da Presidência brasileira: ‘Construindo um Mundo Justo e um Planeta Sustentável’”.

Foco Estratégico

O desenvolvimento sustentável, incluindo a transição energética e a economia verde, emerge como uma prioridade estratégica para o Brasil, representando uma ferramenta fundamental no enfrentamento das mudanças climáticas.

O presidente destaca a singularidade da oportunidade para o Brasil liderar na transição energética, tornando-se um farol para investimentos verdes. A reforma do sistema de governança internacional é considerada crucial para enfrentar desigualdades, fome e mudanças climáticas.

“A transição energética se apresenta para o Brasil como a oportunidade que não tivemos no século 20: de termos a possibilidade de mostrar ao mundo que quem quiser utilizar energia verde para produzir aquilo que é necessário para a humanidade encontrará no Brasil”, disse. “O Brasil é o porto seguro para que as pessoas possam vir, fazer investimentos e fazer com que esse país se transforme em um país definitivamente desenvolvido”.

Ações e participação social

A partir de agora, o governo brasileiro assume a administração do site oficial e das redes sociais do G20. A sociedade civil terá participação ativa, com 12 grupos de engajamento do G20 Social.

A presença do Brasil na liderança global reflete a oportunidade única de projetar uma imagem renovada e promover uma “reglobalização sustentável.”

“Nós estamos propondo que o Brasil lidere uma espécie de reglobalização sustentável, do ponto de vista social e do ponto de vista ambiental. Não acontece todo dia de termos a chance de pautar os trabalhos do G20. Temos que usar a oportunidade para avançar a nossa visão para um mundo mais integrado, próspero e generoso, que nos permita realizar as nossas aspirações como sociedade”, declarou o ministro da Fazenda, Fernando Haddad.

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad. (Foto: Reprodução)

Histórico e perspectivas para 2024

O G20, criado em 1999 como resposta a crises econômicas, testemunha uma virada significativa com o Brasil sediando a Cúpula de Chefes de Estado e Governo em 2024, no Rio de Janeiro.

O país, que já organizou uma reunião ministerial em 2008, em São Paulo, busca liderar uma “reglobalização sustentável,” abordando desafios econômicos e sociais de forma integrada. Este cenário estabelece um capítulo crucial na trajetória internacional do Brasil.

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