Brasil oferece ajuda ao governo do Equador, diz diretor-geral da PF

Atualizado em 12 de janeiro de 2024 às 17:15
Daniel Noboa, declarou o país em “conflito armado interno” no Equador. Foto: Rodrigo BUENDIA / AFP / CP

Nesta sexta-feira (12), o diretor-geral da Polícia Federal, Andrei Rodrigues, informou que propôs ao governo equatoriano assistência na área de inteligência para combater as quadrilhas associadas ao narcotráfico, as quais estão no centro da crise de segurança enfrentada pelo país.

Segundo Rodrigues, a oferta incluiu treinamento em investigações e o fornecimento de ferramentas tecnológicas voltadas para rastreamento e apreensão de bens e recursos financeiros das quadrilhas, visando desestabilizar financeiramente esses criminosos e dificultar suas atividades.

Além disso, foram disponibilizados treinamentos e equipamentos para identificação de detentos, utilizando recursos biométricos, uma vez que a crise de segurança no Equador tem um foco significativo nos presídios.

Rodrigues mencionou que, caso aceita, a assistência poderá envolver o envio de agentes da Polícia Federal brasileira ao Equador, com o único propósito de treinar os policiais locais.

A entrevista concedida à TV Globo ocorreu após uma reunião virtual que discutiu a crise no Equador, com a participação de países membros da Ameripol, uma organização criada no ano anterior para fortalecer a cooperação entre as polícias dos países americanos.

Andrei Rodrigues falando com expressão séria, sentado em cadeira
Andrei Rodrigues, diretor-geral da PF – Foto: Brenno Carvalho/Agência O Globo

O diretor-geral da PF brasileira, que também é secretário-executivo da Ameripol, revelou que outros 14 países, incluindo Colômbia e Peru, que fazem fronteira com o Equador, ofereceram auxílio ao governo equatoriano.

Andrei Rodrigues destacou que as propostas dos países serão compiladas em um documento único da Ameripol, a ser encaminhado às autoridades equatorianas no dia seguinte à reunião. Ele afirmou que a Polícia Federal do Brasil enviará ainda no mesmo dia as propostas de apoio para que sejam avaliadas pela polícia equatoriana.

Diante da onda de violência desencadeada pela fuga do líder de uma das facções criminosas mais perigosas do país, que resultou em ataques a delegacias, sequestro de policiais e invasão armada a um estúdio de TV, o presidente do Equador, Daniel Noboa, declarou “conflito armado interno” na terça-feira (9), na tentativa de restabelecer o controle da situação.

O diretor-geral prevê que a Polícia Federal terá condições de fornecer apoio concreto ao Equador a partir da próxima semana, atuando em cooperação com a polícia nacional equatoriana, sem interferir nas questões de jurisdição.

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