“Caminho sem volta”: Moraes deixa claro, em decisão, que vai condenar Bolsonaro, avaliam aliados

Atualizado em 9 de março de 2024 às 13:47
Bolsonaro e Moraes. Foto: reprodução

Ao tomarem conhecimento da decisão de cinco páginas do ministro Alexandre de Moraes, na qual proíbe o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) de participar de eventos das Forças Armadas, os aliados do ex-capitão enxergaram no texto um aparente “caminho sem volta” nas investigações no STF.

A julgar pelo que foi escrito pelo magistrado, a condenação do ex-chefe do Executivo já está decidida. De acordo com informações da coluna Radar, da revista Veja, o diagnóstico dos aliados está amparado em um trecho da decisão de Moraes:

“Os elementos probatórios colhidos nos autos trazem vasto relato de complexa e coordenada atuação de organização criminosa, direcionada a propósito que inviabilizaria a manutenção do arranjo político do país, por meio da adoção de medidas que estipulavam estratégias de subversão da ordem jurídico-constitucional e adoção de medidas extremas que culminaram na decretação de um Golpe de Estado, a ser consumado mediante atuação das Forças Armadas, tudo a fim de assegurar a permanência no poder do então presidente Jair Messias Bolsonaro”, diz Moraes.

A medida, datada de quinta-feira (7), tem como alvos Bolsonaro e diversos militares, incluindo ex-ministros como Augusto Heleno (Gabinete de Segurança Institucional), Braga Netto (Casa Civil) e Paulo Sergio Nogueira (Defesa). Também foram intimados o presidente do PL, Valdemar Costa Neto, e o ex-ministro da Justiça, Anderson Torres.

Moraes deixa claro, em decisão, que vai condenar Bolsonaro, dizem aliados | VEJA
O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). Foto: reprodução

De acordo com Moraes, os mencionados estão proibidos de participar de “cerimônias, festas ou homenagens realizadas no Ministério da Defesa, na Marinha, na Aeronáutica, no Exército e nas Polícias Militares”. Segundo a Folha de S.Paulo, o ministro estabeleceu uma multa diária de R$ 20 mil em caso de descumprimento dessa determinação.

A investigação sobre as atividades golpistas encontra-se em andamento na Polícia Federal (PF). De acordo com os investigadores, ainda são necessários alguns meses para a conclusão do trabalho e a entrega de um relatório ao ministro Moraes.

Posteriormente, a Procuradoria-Geral da República (PGR) analisará o relatório para decidir se denunciará os envolvidos ao Supremo Tribunal Federal (STF), com o objetivo de que sejam processados e, se for o caso, condenados. A decisão de Moraes, conforme avaliação de seus aliados, parece indicar claramente o destino dos alvos da investigação.

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