Campos Neto sugere acabar com rotativo do cartão de crédito para reduzir juro alto

Atualizado em 10 de agosto de 2023 às 14:46
O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto. Foto: Lula Marques/ Agência Brasil.

Roberto Campos Neto, o presidente do Banco Central, afirmou que acabar com o rotativo do cartão de crédito por ser uma solução para os juros altos e para a inadimplência. Ele também sugeriu a possibilidade de criar uma tarifa para frear o parcelamento sem juros.

“A gente tem 90 dias para apresentar uma solução, que está se encaminhando para que não tenha mais rotativo. O crédito vai direto para o parcelamento, que seja com uma taxa ao redor de 9%. Extingue o rotativo, quem não paga o cartão vai direto para o parcelamento ao redor de 9%”, afirmou Campos Neto.

Ele ainda sugeriu criar um tipo de tarifa “para desincentivar o parcelamento sem juros tão longo”. Segundo o presidente do BC, a ideia seria fazer com que o parcelamento sem juros “fique um pouco mais disciplinado” e não afete o consumo.

O rotativo do cartão é usado quando um cliente não paga o valor integral da fatura na data de vencimento. Os bancos têm a obrigação de transferir a dívida do rotativo para o parcelado, que possui juros mais baixos, depois de um mês.

Outra solução proposta por Campos Neto é limitar os juros do cartão de crédito, mas ele admite que a medida encontraria obstáculos com os bancos e que poderia “gerar um efeito muito grande na parte de consumo e na parte de varejo”.

“O problema é que os bancos provavelmente iriam retirar os cartões de circulação porque, para as pessoas que têm mais risco, os bancos não ofereceriam aquele cartão devido a uma relação de risco-retorno ineficiente”, prosseguiu.

O setor financeiro brasileiro tem debatido o parcelamento de compras sem juros no cartão de crédito desde que os bancos começaram a apontar o caso como medida responsável pela alta de juros do rotativo de cartões.

As discussões sobre o tema devem avançar nas próximas semanas, segundo Campos Neto, já que o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou que uma solução para o problema sairá em 90 dias.

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