Campos Neto teve encontro proibido com Bolsonaro antes de reunião do Copom

Atualizado em 10 de agosto de 2023 às 21:24
Jair Bolsonaro e Roberto Campos Neto. Foto: Fábio Rodrigues Pozzebom

O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) teve uma agenda secreta com o presidente do Banco Central (BC), Roberto Campos Neto, horas antes do Copom (Comitê de Política Monetária) iniciar a reunião que elevou em um ponto a taxa básica de juros, em maio de 2022. A informação é do colunista Guilherme Amado, do Metrópoles.

O encontro não foi citado nas agendas públicas da Presidência e do BC, mas consta de uma “agenda confidencial” do então chefe do Executivo que era enviada a um grupo de assessores do Palácio do Planalto. O Banco Central confirmou que houve o encontro.

A reunião entre Bolsonaro e Campos Neto ocorreu no dia 4 de maio, entre as 7h30 e as 8h, no gabinete presidencial.

A informação, que aparece em um e-mail com título “Agenda Confidencial do PR: 04/5/2022”, foi enviada para o tenente-coronel Mauro Cid, então ajudante de ordens da Presidência, às 20h56 do dia anterior ao encontro.

O e-mail foi encaminhado pela assessora Gianne Amorim P. Portugal, que trabalhava no gabinete adjunto de Agenda da Presidência.

Comparação com a agenda confidencial e a agenda oficial de Jair Bolsonaro no dia 4 de maio de 2022. Foto: Reprodução

A reunião do Copom começou às 9h37, segundo a ata do BC. Campos Neto e os outros integrantes do comitê encerraram o encontro e divulgaram a ata às 19h12.

Por unanimidade, o colegiado decidiu elevar a taxa Selic de 11,75% a 12,75%. Era o maior patamar em cinco anos.

Integrantes do Copom devem respeitar um período de silêncio que se estende da quarta-feira da semana anterior àquela em que ocorre a reunião ordinária do comitê até o momento da publicação da ata do encontro, o que torna o encontro proibido.

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