Um contrato do gabinete da deputada federal bolsonarista Carla Zambelli (PL) com uma empresa levantou a suspeita de que dinheiro público pode ter sido usado para pagar o hacker da Vaza Jato, Walter Delgatti Neto, que invadiu o sistema do Conselho Nacional de Justiça (CNJ). A informação é do G1.
Jean Hernani Guimarães Vilela é secretário parlamentar do gabinete de Zambelli desde maio. Ele foi um dos alvos da operação realizada pela Polícia Federal (PF), na última quarta-feira (2), que investiga a invasão a sistemas da Justiça.
A corporação, no entanto, aponta que Jean foi responsável por um dos pagamentos ao hacker. Dados da transparência da Câmara revelam que, entre outubro de 2022 e abril de 2023, a bolsonarista pagou um total de R$ 94 mil por um serviço de divulgação parlamentar.
A empresa contratada tem como dona Monica Romina Santos de Sousa, esposa de Jean, assessor que fez um dos repasses a Delgatti. A empresa recebeu sete pagamentos mensais de R$ 9 mil cada. Apenas em dezembro, um mês antes da ação do hacker, houve mais um repasse de R$ 31 mil.
Vale destacar que no cadastro da empresa na Receita Federal tanto o e-mail quanto o telefone são contatos de Jean Hernani. Jean, por sua vez, disse que pagou Delgatti com dinheiro dele, pessoal. Em depoimento, o hacker também disse que um desses pagamentos foi feito por Jean.
“A situação do hacker foi o seguinte: eu com, não sei se inocência… Eu quero fazer algo bonito para a deputada para ela poder ficar impressionada. Eu contratei o Walter com o dinheiro meu, pessoal. Não foi pago dinheiro da Hernani Filmes para o Walter, foi pago dinheiro do Jean, pessoa física”, afirmou Jean.