Cascavel, ex-homem forte de Pazuello, tem julgamento por compra de votos remarcado pela 4ª vez

Atualizado em 24 de setembro de 2021 às 18:00
À mesa, empresário e ex-assessor do Ministério da Saúde, Airton Antonio Soligo, conhecido como Airton Cascavel conversa com o
Foto: Leopoldo Silva/Agência Senado

Julgamento do ex-secretário estadual de Saúde Airton Cascavel e do deputado estadual Éder Barcelos Brandão (PTC), conhecido como “Eder Lourinho”, está marcado para ocorrer no dia 29 de setembro, às 15h. Contará com transmissão ao vivo pelo Tribunal Regional Eleitoral (TRE-RR).

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Mais acusações contra Cascavel

Os dois são suspeitos de terem cometido crime de captação ilícita de sufrágio (compra de voto) nas eleições de 2018. O caso teria ocorrido no município de Caracaraí, Sul de Roraima. Naquele ano, Cascavel e Lourinho eram candidatos a deputado federal e estadual, respectivamente.

Esta é quarta vez que o TRE-RR remarca o julgamento dos suspeitos de crime eleitoral. A primeira estava prevista para o dia 26 de maio, a segunda para 30 de junho e a terceira para  o dia 25 de agosto. Nos dois primeiros casos a Justiça não informou o motivo do adiamento. Já no último o juiz eleitoral Francisco Guimarães pediu vista.

Segundo o Ministério Público Eleitoral (MPE), o crime ocorreu em 6 de outubro,  véspera da votação, no município de Caracaraí, interior de Roraima. As equipes de fiscalização flagraram uma caminhonete, no bairro da Prainha, com muitas pessoas em uma reunião. No veículo foram encontrados materiais de campanha de Eder Lourinho.

Mesmo com a alegação do motorista sobre não saber a origem do material, no porta-luvas estavam duas folhas com nomes anotados, uma em branco com campos para colocar “coordenadores e militantes”, além de colunas para anotar possíveis eleitores, zonas e seção eleitoral. Uma das anotações dizia “20 pessoas R$ 100”; outra relatava que seriam R$ 1 mil para uma mulher identificada apenas como Luiza.

Com informações de Anderson Soares do site O Poder, de Manaus.

Quem é Cascavel?

Airton Antonio Soligo, conhecido como Cascavel, é um nome que conecta pontas improváveis no escândalo da Covaxin, no caos de Manaus na pandemia do novo coronavírus, passa pelo ex-ministro Eduardo Pazuello e chega até parlamentares da República.

Ele tem 57 anos. Nasceu em 4 de maio de 1964, ano do golpe militar.

Seu apelido, Cascavel, provoca medo e intimidação em quem conhece as histórias no norte do Brasil – além das acusações de grilagem e nepotismo.