Caso Marielle: Ex-bombeiro Maxwell também foi sondado para firmar delação

Atualizado em 23 de janeiro de 2024 às 23:51
O ex-bombeiro Maxwell Simões Corrêa, conhecido como Suel, com expressão séria, olhando pra câmera
O ex-bombeiro Maxwell Simões Corrêa, conhecido como Suel – Reprodução

Antes da formalização da delação do ex-policial militar Ronnie Lessa, um dos apontados como responsáveis pelo assassinato da vereadora Marielle Franco e do motorista Anderson Gomes, a Polícia Federal buscava estabelecer um acordo de colaboração premiada com outro suspeito vinculado ao caso. Em novembro passado, a corporação abordou o ex-bombeiro Maxwell Simões Corrêa, conhecido como Suel, solicitando informações sobre o crime.

Suel, detido no ano anterior sob acusações de participação nas vigilâncias que monitoravam a parlamentar, é mencionado na delação do ex-PM Élcio de Queiroz, também detido por envolvimento no assassinato.

Conforme fontes ligadas à investigação informaram à Folha, Suel foi abordado por um delegado do caso no final de novembro para colaborar. No entanto, as negociações foram interrompidas quando Lessa optou por formalizar um acordo primeiro.

O processo está em andamento em sigilo no STJ (Superior Tribunal Federal), aguardando a homologação do acordo de Lessa pela corte. Para isso, é crucial que as declarações do ex-PM sejam comprovadas.

Marielle Franco de roupa vermelha, falando em microfone e olhando para o lado
Marielle Franco foi assassinada em 2018 – Reprodução/Agência Brasil

Marielle e Anderson foram mortos a tiros em março de 2018, no bairro do Estácio, zona central do Rio de Janeiro. Lessa e Queiroz foram presos no ano seguinte, sendo Lessa apontado como atirador e Queiroz como o condutor do veículo utilizado no crime.

As delações de Lessa e Queiroz destacam uma estratégia da Polícia Federal para resolver o caso. Dentro da corporação, há a avaliação de que a identificação do mandante do assassinato de Marielle só é possível através dos depoimentos dos envolvidos.

Isso se justifica pelo tempo decorrido desde o crime, resultando na falta de muitas evidências, conforme reconhecido pela própria PF em relatório do ano passado, mencionando a ausência de registros telefônicos dos suspeitos e de imagens do local do crime como desafios significativos para a investigação.

A Polícia Federal, ao ser procurada, afirmou que não comenta investigações em andamento, destacando que, até o momento, apenas uma delação foi homologada pelo Poder Judiciário. A corporação enfatizou que as investigações seguem em sigilo, sem data prevista para conclusão.

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