O ex-policial militar Ronnie Lessa citou a participação de uma pessoa com foro por prerrogativa de função no assassinato da vereadora Marielle Franco e do motorista Anderson Gomes. Segundo investigadores, a menção foi feita em declarações prévias à Polícia Federal e, por isso, um procedimento preparatório de delação foi enviado ao Superior Tribunal de Justiça (STJ). A informação é da coluna de Juliana Dal Piva no ICL Notícias.
Autoridades da Polícia Federal estão preocupadas com o vazamento das tratativas da delação e tentam evitar uma reviravolta até a conclusão do acordo com o ex-PM. Atualmente, agentes tentam confirmar as declarações de Lessa e preparam o documento para a homologação.
A delação de Lessa depende da homologação do STJ e os advogados Bruno Castro e Fernando Santana, que participam da defesa do ex-PM, devem deixar o caso, já que o escritório não faz acordos do tipo.
Ele está preso desde 2019 e é investigado como um dos responsáveis pelo homicídio de Marielle e Anderson. O ex-PM está em um presídio de segurança máxima de Campo Grande (RJ) e cumpre pena pela ocultação das armas utilizadas no atentado.
No ano passado, o também ex-PM Élcio de Queiroz, acusado de dirigir o carro usado no crime, aceitou acordo de delação premiada e confessou ter dirigido o Cobalt prata usado no assassinato. Em depoimento à PF, ele afirmou que Lessa fez os disparos com uma submetralhadora.
O diretor-geral da PF, Andrei Rodrigues, afirmou que as investigações sobre o caso devem ser concluídas até o fim de março deste ano. Ele anunciou que a corporação vai entregar os nomes dos possíveis mandantes do crime à Justiça Federal ainda neste trimestre.