“Celular Seguro”: como funciona o app do governo que promete inutilizar aparelho roubado

Atualizado em 19 de dezembro de 2023 às 10:26
“Celular Seguro”, novo aplicativo do Ministério da Justiça e da Segurança Pública. Foto: reprodução

Nesta quarta-feira (20), entra em operação o aplicativo que torna celulares extraviados — por furto, roubo ou simples perda — inutilizáveis. O Ministério da Justiça e da Segurança Pública fará o lançamento do “Celular Seguro” em transmissão no Youtube nesta terça (19).

O “Celular Seguro” visa conter a crescente onda de assaltos e furtos a smartphones, especialmente desde a implementação do Pix. Criminosos se aproveitam das transferências em tempo real para esvaziar as contas das vítimas.

O recurso do aplicativo bloqueará todas as funções de maior risco dos smartphones por meio de um único botão de emergência. O proprietário poderá selecionar pessoas de confiança para acessar o bloqueio. A medida, com grande apelo popular, foi lançada por Ricardo Cappelli, secretário-geral do Ministério da Justiça, afirmando que o aparelho se tornará “um pedaço inútil de metal.”

Para o desenvolvimento da tecnologia, o Ministério da Justiça estabeleceu parcerias com a Anatel, Febraban e ABR Telecom, responsáveis por receber as comunicações para bloqueio do terminal telefônico até um dia útil após a comunicação do usuário.

O aplicativo estará disponível nas lojas oficiais da Apple, App Store, e do Google, Play Store, na quarta-feira. Na terça-feira, será possível se cadastrar no projeto por meio do link divulgado durante o lançamento.

Ativando o Botão de Emergência

O acesso à plataforma “Celular Seguro” requer o uso do sistema gov.br, com CPF e senha. Após aceitar os termos de uso, o usuário deve adicionar pessoas de confiança, fornecendo nome completo, CPF, telefone e email do contato.

A pessoa de confiança receberá uma notificação para visualizar o celular cadastrado e acessar o botão de emergência pelo ícone do smartphone registrado no aplicativo. O proprietário do celular também poderá bloqueá-lo pela internet, utilizando o sistema gov.br.

Para acionar o botão de emergência, é necessário escolher o smartphone a ser bloqueado e, em seguida, clicar na opção “Alerta”, indicada por um triângulo amarelo, informando se foi perda, roubo ou furto, além da data e local da ocorrência. Após o registro, o aplicativo fornece um número de protocolo para uso em atendimentos posteriores junto a órgãos como Ministério da Justiça, Anatel, operadoras ou bancos.

Interessados podem baixar o aplicativo nas lojas oficiais Apple Store (Apple) e Play Store (Android) a partir desta quarta-feira (20). Foto: reprodução

Participam do projeto entidades como Caixa Econômica Federal, Banco do Brasil, Bradesco, Inter, Sicredi, Sicoob, Nubank, iFood e Mercado Livre, que prometem bloquear todas as contas vinculadas ao dispositivo extraviado em até dez minutos.

A Anatel se compromete a bloquear o aparelho e o chip em até 24 horas. O Ministério da Justiça garante a existência de um mecanismo para a Anatel e bancos revertam alertas falsos, a partir do número de protocolo.

Na quarta-feira, representantes do Google e da Apple se encontrarão com a pasta, buscando a inclusão das gigantes da tecnologia no sistema de alerta e na limpeza da memória do celular com o botão de emergência.

Embora o registro de ocorrência no app “Celular Seguro” seja necessário, não dispensa a notificação à Polícia Civil. O boletim de ocorrência não só inicia uma investigação, mas também fornece informações cruciais sobre o crime.

Comparação com o Sistema Atual

O “Celular Seguro” busca simplificar o processo de cancelamento das contas vinculadas ao smartphone. Atualmente, o bloqueio do chip e do dispositivo é de responsabilidade da operadora, sendo possível bloquear a linha telefônica com o número do telefone e o CPF do responsável.

A empresa de telecomunicação também pode inutilizar o aparelho com o número Imei, disponível na caixa do aparelho ou na seção “sobre” das configurações. O código pode ser consultado ao digitar a sequência *#06# no telefone e deve ser informado durante o registro do boletim de ocorrência.

Além disso, é necessário contatar os bancos para bloquear transações feitas através de aplicativos bancários, além de suspender cartões de crédito e débito. Caso o aparelho tenha acesso à internet, é possível limpar as informações remotamente, com a opção em android.com/find para celulares Android e icloud.com/find para iPhones, lembrando que o acesso por um celular de terceiros pode ser difícil.

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