CGU quer que fabricante de software informe quem foram os espionados pela Abin

Atualizado em 21 de outubro de 2023 às 0:11
Fachada da Agência Brasileira de Inteligência (Abin). Foto: Antonio Cruz/Agência Brasil

A Controladoria-Geral da União (CGU) determinará que a empresa israelense Cognyte forneça informações sobre as pessoas monitoradas ilegalmente pelo software FirstMile. A informação é do colunista José Roberto de Toledo, do UOL.

A CGU e a Polícia Federal (PF) estão investigando se funcionários da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) usaram o programa para monitorar, sem autorização judicial, a localização de ministros do Supremo Tribunal Federal (STF), políticos, jornalista, advogados e opositores do governo de Jair Bolsonaro (PL).

Há três semanas, a CGU assumiu o controle de uma sindicância interna da Abin contra servidores que estariam envolvidos no caso. O argumento da controladoria foi a relevância do tema.

O caso está relacionado a outro escândalo. Em março, a Abin recomendou à Casa Civil a demissão de dois de seus funcionários que teriam montado uma empresa em nome de laranjas para comercializar serviços de inteligência, inclusive para outros órgãos governamentais. Ou seja, eles privatizaram as atividades de espionagem utilizando recursos e ferramentas públicas, transformando-a em negócio enquanto continuavam recebendo salário como servidores.

Prédio da Controladoria Geral da União (CGU) em Brasília. Foto: Kleyton Amorim

O desdobramento do caso deve revelar não apenas quem foram as vítimas de monitoramento ilícito, como quem determinou. A investigação ainda deve revelar como essas ferramentas foram usadas para atender interesses privados e quem são esses beneficiários.

A PF deflagrou nesta sexta-feira (20) a Operação Última Milha para investigar o caso. Dois servidores da Abin foram presos sob suspeita de chantagear os colegas que operavam a ferramenta de espionagem, e outros cinco foram afastados.

O programa usado pelos servidores da Abin permitia o monitoramento de até 10 mil celulares a cada 12 meses. Os agentes da PF identificaram mais de 30 mil usos ilegais do software.

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